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Haiti: desespero leva mãe a matar filho por não ter um futuro para lhe dar

florindo

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Out 11, 2006
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Os orfanatos no Haiti estão superlotados e sem capacidade para acolher mais crianças, que em número crescente chegam às instituições para escapar à miséria galopante que grassa o país, afectado, há um ano, por um sismo que matou 250 mil pessoas.

Um ano após o sismo, mais de milhão de pessoas continuam a viver na ruas, onde a aclamada ajuda internacional tarda em chegar. E os adultos e crianças que sobreviveram à tormenta do abalo, a 12 de Janeiro de 2010, sucumbem diariamente à cólera que mata a um ritmo de 40 pessoas por dia.

Aos orfanatos, continuam a chegar crianças que os familiares tentam pôr a salvo da rua, da fome e da doença. Nicole Dieudonne, dirige um orfanato em Port-au-Prince, estima à BBC um aumento de 30% no número de crianças deixadas nas instituições, ao longo do último ano.

"Há mais desesperadas", contou. "Conheço pessoas que abandonaram as crianças em valas, no mercado, nas ruas, no mato... em qualquer lado", explicou.

"Na semana passada, uma mãe procurou alguém a quem dar o filho. Como não encontrou ninguém matou a criança. Ela matou a criança!". Nicole tem um ano de histórias de desespero para contar, algumas que nem a expressividade dos números fazem suspeitar.

Há cinco mil crianças que perderam o contacto com as famílias, número que subiu 60% no último ano. Apenas um quarto das crianças institucionalizadas reencontraram familiares, desde o sismo.

A estatística oficial deixa de fora mais de metade dos orfanatos que estão no terreno. Segundo Christina Torsein, especialista da Unicef em protecção de crianças, a situação é muito preocupante, designadamente no que diz respeito a abusos praticados em algumas casas.

"Além de tudo o que já é inacreditável, as condições de pobreza e de má nutrição, há registo de crianças abusadas e de violência sexual. Temos de ser muito francos em relação ao que infelizmente é a realidade", disse Christina Torsein, à BBC.

Ontem, o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, coordenador da ajuda internacional no Haiti, indignava-se. "Nada é mais irritante para mim do que não termos avançado mais", admitiu Clinton, à France Presse, numa visita à capital haitiana, Port-au-Prince. "Apenas cerca de 60%o do que estava previsto para o primeiro ano foi, de facto, gasto", lamentou.

Jornal de Notícias
 
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