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Berlusconi isolado face ao escândalo da rede de prostituição para as suas festas

florindo

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Out 11, 2006
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A igreja falou numa história que "fere e revolta", o Presidente pediu celeridade à justiça, quando há "graves possibilidades de crime". O primeiro-ministro resiste: "Estou a divertir-me"

"Demita-se, senhor primeiro-ministro." De uma forma ou de outra, foi isto que disseram ontem a Silvio Berlusconi as forças da oposição em Itália. Mas ele continua a manter-se em pose desafiadora, apesar de isolado: "Eu, demitir-me? Estão loucos? Estou sereno e estou a divertir-me!", disse numa reunião ao fim do dia com deputados do seu partido que são também advogados.

Em causa está o escândalo de Ruby Rubbacuori (a marroquina Karima El Mahroug), a prostituta de 17 anos com quem Berlusconi terá tido relações sexuais a troco de dinheiro, e da rede de prostituição que recheava de mulheres jovens e bonitas as festas na sua residência de Arcore, nos arredores de Milão. As festas acabavam por se transformar em orgias, segundo as gravações de telefonemas transcritas num documento de 385 páginas enviado ao Parlamento pela Procuradoria de Milão, que está a investigar o caso, com o objectivo de julgar o primeiro-ministro por fazer sexo com menores.

"Creio que não se pode minimizar o caso nem culpar a magistratura pelo que está a ser investigado. Temos de prestar atenção ao conteúdo e não à forma. Eu, se fosse primeiro-ministro, avaliaria com serenidade a hipótese de dar um passo atrás", disse o democrata-cristão Pier Ferdinando Casini.

Fala-se de um afastamento de Berlusconi, da sua substituição. "Berlusconi que se demita e que se encontre no Parlamento uma maioria", disse Paolo Gentiloni, do Partido Democrático. Ou de eleições antecipadas, no caso dos apoiantes de Fini.

O Presidente Giorgio Napolitano, que disse estar "bem consciente da perturbação da opinião pública" e "graves possibilidades de crime", apelou a uma "clarificação". Pediu que "nas sedes judiciárias se proceda o mais rapidamente possível a uma completa investigação". Os magistrados já convocaram Berlusconi: pode apresentar-se no Palácio de Justiça de Milão nos dias 22, 23 e 24 de Janeiro, das 10h às 22h.

Os media sublinharam ontem o desconforto da Liga Norte, o único parceiro de poder que resta a Berlusconi - após o abandono de Gianfranco Fini. E, de facto, as poucas declarações deste partido federalista sublinham a importância de se concentrar antes nas reformas do sistema político e administrativo. Sem o apoiarem.

O jornal Avvenire, da Conferência Episcopal italiana, fez as vezes do outro lado do torno que aperta Berlusconi. "Só a ideia de que um homem que está no vértice das instituições do Estado esteja implicado em histórias de prostituição, e, pior ainda, de prostituição de menores, fere e revolta", lê-se num editorial.

A imprensa foi revelando mais pormenores da carta enviada pelos magistrados de Milão ao Parlamento - que, escreve o jornal La Repubblica, traça, através das conversas telefónicas de participantes nestas festas, um retrato de Berlusconi, que tem 74 anos, como "um homem apartado da realidade e da vida, esquecido dos seus limites, que não quer, com desesperada obstinação, fazer contas com a morte e se ilude que vive como sultão eterno".

"Quer ter corpos jovens à sua volta", escreve o jornal, e surgem pelo menos três pessoas dispostas a fornecê-los: o jornalista Emilio Fede, o rosto principal do Telegiornale 4, e o agente televisivo Lele Mora (falido) são dois deles. O primeiro-ministro terá emprestado dinheiro a Mora e Fede terá exigido a este uma parte.

E surge ainda como possível proxeneta ou "madame" destas festas a ex-higienista dentária Nicole Minetti, que Berlusconi tornou conselheira regional da Lombardia. É dada como coordenadora das jovens. Algumas das raparigas eram alojadas num complexo de apartamentos em Milão, propriedade de Berlusconi.

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