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Portugal voltou ontem aos mercados para emitir dívida a 12 meses e conseguiu uma taxa de 4,02%. Recuando um ano e para o mesmo prazo, a taxa foi de 0,928%. A conclusão é que iremos pagar quase cinco vezes mais em juros. O Governo fala em "sinal encorajador".
Os números sugerem duas pequenas "vitórias": a taxa de juro de 4,02% obtida na colocação de 750 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) compara bem com os 5,281% conseguidos no final de Dezembro e a procura foi agora 3,1 vezes superior à oferta - contra 2,5 vezes. Mas este nível de juros, alertam os analistas, é insustentável pela esforço orçamental que implica.
"Não há razões para grandes festejos", conclui Filipe Silva, gestor do mercado de dívida do Banco Carregosa. Também Vasco Balixa, da Sartorial, salienta que o aparente sucesso desta emissão tem de ser visto "à luz do agravamento dos custos que representa para o Orçamento do Estado". E, nessa perspectiva, a situação "é preocupante".
Portugal e outras economias periféricas da Zona Euro têm estado a ser fustigados pelos mercados. Basta recuar um ano para se perceber de que forma os juros se agravaram desde então e qual o impacto que esta tendência tem na factura dos juros. Se no leilão de BT que se efectuou ontem, em vez da taxa de 4,02% Portugal tivesse obtido a taxa de 0,928% conseguida numa colocação semelhante realizada a 20 de Janeiro de 2010, os 750 milhões de euros agora emitidos custariam apenas 6,9 milhões de euros anuais em juros e não os 30,1 milhões que vamos pagar. O agravamento na factura é, assim, de quase cinco vezes.
Relativizando o juro conseguido à luz das actuais circunstâncias, Filipe Silva sublinha que a taxa agora conseguida reflecte uma descida de 120 pontos base face à última emissão a 1 ano, em Dezembro de 2010, o que acaba trazer algum "alívio".
Comentando a emissão, o secretário de Estado do Tesouro considerou que ele mostra que o esforço do Governo na consolidação orçamental está a ser reconhecido. "Isto é para nós um sinal encorajador", disse Carlos Costa Pina, referindo que a colocação "correu de forma satisfatória".
Mas as pressões para Portugal reforçar as medidas de consolidação estão a crescer. Numa resposta ao eurodeputado Diogo Feio, o presidente do BCE juntou-se a outras vozes europeias que entendem que Portugal tem de acentuar as reformas estruturais de forma a melhorar a competitividade. Moderação salarial é outro conselho deixado por Trichet.
Jornal de Notícias
Os números sugerem duas pequenas "vitórias": a taxa de juro de 4,02% obtida na colocação de 750 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) compara bem com os 5,281% conseguidos no final de Dezembro e a procura foi agora 3,1 vezes superior à oferta - contra 2,5 vezes. Mas este nível de juros, alertam os analistas, é insustentável pela esforço orçamental que implica.
"Não há razões para grandes festejos", conclui Filipe Silva, gestor do mercado de dívida do Banco Carregosa. Também Vasco Balixa, da Sartorial, salienta que o aparente sucesso desta emissão tem de ser visto "à luz do agravamento dos custos que representa para o Orçamento do Estado". E, nessa perspectiva, a situação "é preocupante".
Portugal e outras economias periféricas da Zona Euro têm estado a ser fustigados pelos mercados. Basta recuar um ano para se perceber de que forma os juros se agravaram desde então e qual o impacto que esta tendência tem na factura dos juros. Se no leilão de BT que se efectuou ontem, em vez da taxa de 4,02% Portugal tivesse obtido a taxa de 0,928% conseguida numa colocação semelhante realizada a 20 de Janeiro de 2010, os 750 milhões de euros agora emitidos custariam apenas 6,9 milhões de euros anuais em juros e não os 30,1 milhões que vamos pagar. O agravamento na factura é, assim, de quase cinco vezes.
Relativizando o juro conseguido à luz das actuais circunstâncias, Filipe Silva sublinha que a taxa agora conseguida reflecte uma descida de 120 pontos base face à última emissão a 1 ano, em Dezembro de 2010, o que acaba trazer algum "alívio".
Comentando a emissão, o secretário de Estado do Tesouro considerou que ele mostra que o esforço do Governo na consolidação orçamental está a ser reconhecido. "Isto é para nós um sinal encorajador", disse Carlos Costa Pina, referindo que a colocação "correu de forma satisfatória".
Mas as pressões para Portugal reforçar as medidas de consolidação estão a crescer. Numa resposta ao eurodeputado Diogo Feio, o presidente do BCE juntou-se a outras vozes europeias que entendem que Portugal tem de acentuar as reformas estruturais de forma a melhorar a competitividade. Moderação salarial é outro conselho deixado por Trichet.
Jornal de Notícias