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50 portadores de deficiência precisam de um centro de actividades na Lagoa

B@eta

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50 portadores de deficiência precisam de um centro de actividades na Lagoa

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Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santo António da Lagoa quer o mais rapidamente possível um CAO no concelho, para evitar o drama da deslocação.

Criada há 10 anos, a Santa Casa da Misericórdia de Santo António da Lagoa é hoje um dos maiores empregadores do concelho, dando respostas de apoio social a vários níveis. Em entrevista ao Açoriano Oriental, o provedor João Manuel Sousa faz o balanço da primeira década da Santa Casa e define as actuais prioridades. Que motivos levaram à criação de uma Santa Casa na Lagoa? O projecto de constituição de uma Santa Casa na Lagoa vem do início dos programas de luta contra a pobreza no concelho e da criação do rendimento mínimo. Surgiu então na Câmara da Lagoa a ideia de colmatar essa falha de sermos o único concelho de São Miguel sem uma Santa Casa. Reuniu-se um grupo de cidadãos, também por iniciativa do então presidente de Câmara e criou-se a Santa Casa no dia 12 de Janeiro de 2001. Quantas valências tem actualmente a Santa Casa da Lagoa? Temos um lar de jovens em risco, um lar de idosos, três centros de convívio, um ATL, um banco alimentar e a loja solidária, que é o nosso projecto mais recente. Ao fim dos seus primeiros 10 anos de vida, que vantagens trouxe a Santa Casa ao concelho? As vantagens foram imensas, desde logo porque se, neste momento, a Santa Casa desaparecesse, faria uma enorme falta ao concelho, porque somos um dos maiores empregadores, com cerca de 50 funcionários, incluindo os que estão em programas públicos. Além disso, somos um grande dinamizador da área social na Lagoa em parceria com o Governo. No entanto, como estamos mais próximos da comunidade, podemos fazer melhor este trabalho e a custo zero em termos de direcção, uma vez que somos todos voluntários. A Santa Casa tem sentido problemas financeiros para desenvolver todos estes projectos? De facto, como somos uma Santa Casa recente não temos receitas próprias, nem temos bancos ou farmácias como outras Santas Casas mais antigas... Vivemos, por isso, exclusivamente dos acordos de cooperação financeira com o Governo Regional, de alguns donativos e das quotas dos irmãos. Contudo, nunca deixamos de fazer nada no nosso dia-a-dia e com muito rigor, uma vez que já movimentamos mais de um milhão de euros por ano. As Santas Casas estão naturalmente direccionadas para os problemas sociais. Quais são os maiores problemas nessa área na Lagoa? Os grandes problemas neste momento são os do apoio à deficiência, à infância e aos idosos. O nosso grande projecto agora é o do Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) para portadores de deficiência, porque já temos cerca de 50 pessoas neste concelho que precisam de apoio e têm de sair para outros concelhos, com transtornos para eles próprios e para as suas famílias. No casos dos idosos, precisamos de uma unidade de cuidados continuados, que faça de intermediária entre o lar de idosos que já existe e o hospital, onde o mesmo cuidado é muito mais caro. Na infância, precisamos sobretudo de creches, uma vez que as escolas oficiais já dão resposta ao nível dos jardins de infância. Para fazer face a todos esses problemas, já temos um terreno negociado com a Diocese na Lagoa para a criação de uma ‘Aldeia Social’, onde pretendemos reunir o Centro de Actividades Ocupacionais, uma creche e uma unidade de cuidados continuados, a fazer por fases. Mas a nossa prioridade será mesmo o Centro de Actividades Ocupacionais. A Santa Casa foi também pioneira no seu projecto de um lar para jovens em risco. Os resultados têm sido positivos? O lar para jovens em risco foi uma inovação, por ser um lar em regime aberto para jovens com problemas de toxicodependência ou outros comportamentos desviantes. Temos jovens até aos 18 anos, que procuramos preparar para a vida, embora eles tenham sempre a possibilidade de se irem embora quando quiserem... Precisamos, por isso, de uma grande pedagogia para os manter lá, mas mesmo assim temos já jovens de outros concelhos e de outras ilhas no lar. Actualmente, temos oito pessoas no lar e até alguns casos de sucesso em termos de integração no mundo do trabalho ou da escola, embora estes sejam sempre processos complicados. Na actual situação de crise, tem notado um aumento na procura do banco alimentar da Santa Casa? O nosso banco alimentar tem actualmente cerca de 250 beneficiários, que são servidos directamente pela Santa Casa ou por nós em intermediação com os Serviços de Acção Social. Aparece-nos aqui de facto um caso ou outro de pessoas mais jovens que poderemos associar à actual crise, que os levou para uma situação menos favorável. Contudo, diria que a maioria dos casos que servimos aqui no banco alimentar já existiam antes da crise e resultam de situações de agregados familiares com grande dificuldade de reabilitação social e que precisam sempre de ajuda. • Faz anos no mesmo dia da Santa Casa João Manuel Sousa foi irmão fundador da Santa Casa da Misericórdia de Santo António da Lagoa, onde começou por ser vice-provedor numa mesa administrativa de cinco pessoas, cada uma com uma valência a seu cargo. Já foi bancário, profissional de seguros e vereador na Câmara da Lagoa. Desde o início João Manuel Sousa ficou com o projecto do lar de idosos a seu cargo. Assumiu a provedoria da Santa Casa em 2009, tendo sido eleito no início do ano passado. O actual provedor tem também a particularidade de fazer anos no mesmo dia da Santa Casa: 12 de Janeiro. E enquanto a instituição completou 10 anos, João Manuel Sousa acabou de fazer 63.


Fonte:Açoriano Oriental
 
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