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Imprensa internacional destaca abstenção e desejo de estabilidade

florindo

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A imprensa internacional noticia, hoje, a vitória de Cavaco Silva nas eleições presidenciais, com a Europa a lembrar o cenário de crise financeira, "a maior dos últimos 80 anos", a abstenção e os problemas informáticos que marcaram a votação de ontem.

A proximidade geográfica e a partilha das preocupações pela crise económica justificarão o destaque que a imprensa espanhola dedica às eleições presidenciais em Portugal. O assunto é abertura dos cadernos internacionais de alguns títulos que destacam a elevada abstenção.

"A apatia lusa outorga a Cavaco a reeleição", escreve o conservador "La Razon", que diz que "o candidato conservador português arrasa numas presidenciais marcadas por uma abstenção de 53%".

O jornal destaca a vitória do "tecnocrata que protagonizou o milagre económico português", publicando um perfile do Presidente da República em que destaca ser "filho de um gasolineiro" e ter estudado no Reino Unido.

Um tom idêntico ao do "El Pais", à esquerda, que refere que "os portugueses apostam pela estabilidade e votam Cavaco" com "a preocupação pela crise e a elevada abstenção, com um recorde histórico, a acurralarem o socialista Alegre".

Na análise, o "El Pais" considera que no discurso de vitória, Cavaco Silva "exibiu um tom agressivo e longe da generosidade que se espera de quem ganha umas eleições", no que o jornal diz ser "mostra de que não digeriu as acusações de negócios e compras irregulares dirigidas pelos seus rivais durante a campanha".

Para o "El Mundo", jornal de direita, "Aníbal Cavaco Silva e a abstenção empatam em Portugal", com a abstenção a ser menos referida no ABC, também à direita, que considera que o actual Presidente da República "arrasa" nas urnas.

À esquerda, "Publico" considera que os eleitores "cumpriram o paradoxo anunciado", já que depois de "votarem maioritariamente à esquerda nas legislativas de 2009, marcaram agora a sua preferência pela direita" elegendo Cavaco Silva.

"O seu folgado triunfo é devido a um grande desgaste do Governo do primeiro-ministro, o socialista José Sócrates, que tem tido que fazer frente à pior crise económica e financeira dos últimos 80 anos", escreve.

Portugal "vai entrar em recessão em 2011"
A imprensa francesa destaca a vitória de Aníbal Cavaco Silva, "um economista conservador", contra Manuel Alegre, "poeta socialista", salientando que Portugal "vai entrar em recessão em 2011".

A generalidade dos jornais explica que a reeleição do Presidente da República "era segura" e que os temas ligados à crise económica "e às sucessivas vagas de austeridade no último ano" dominaram a campanha eleitoral.

"As interrogações eram menos sobre a reeleição de Cavaco Silva do que sobre a probabilidade de ele dissolver a Assembleia da República, uma vez reeleito", escreve o jornal económico "Les Echos".

O diário "Le Figaro" realça "o nível recorde da abstenção em eleições presidenciais" em Portugal. Cavaco Silva "fez da sua experiência o seu principal argumento face às inquietações suscitadas pela crise financeira que atinge de maneira muito forte um país que teve de adoptar uma cura muito difícil de austeridade", escreve.

Também o diário "Le Monde" explica que o Presidente da República, "figura muito respeitada em Portugal, representa uma autoridade moral importante, mas não tem poderes executivos, mesmo se dispõe do direito de dissolução do Parlamento".

Alemanha fala de um "revés para José Sócrates"
A Imprensa alemã lembra dificuldades financeiras e considera a eleição de Cavaco Silva como um "revés" para o primeiro-ministro José Socrates e Portugal como candidato a recorrer ao fundo de resgate do euro, depois da Irlanda.

"Cavaco Silva confirmado por mais cinco anos num Portugal altamente endividado", afirma-se na edição electrónica do jornal de economia "Handelsblatt".

"No centro da campanha eleitoral esteve a aguda crise económica e financeira do país mais pobre da Europa", acrescenta o matutino de Dusseldorf.

Também na edição electrónica, o "Financial Times Deutschland" afirma que a vitória de Cavaco Silva foi "um triunfo para a oposição e um revés para o primeiro-ministro José Sócrates".

Para o jornal germânico, após a reeleição de Cavaco, "as frentes políticas num Portugal abalado pela crise podem endurecer".

A mesma publicação diz, ainda, que o principal adversário de Cavaco Silva nestas eleições "foi o desinteresse da população", mencionando ainda os problemas que houve em algumas assembleias de voto com o cartão de cidadão, e a existência de boicotes em algumas localidades, por motivos reivindicativos.


Nova China fala de "desejo de estabilidade"
A agência noticiosa oficial chinesa Nova China (Xinhua) qualifica como "vitória retumbante" o triunfo de Aníbal Cavaco Silva nas eleições presidenciais, atribuindo o resultado à sua "rica experiência" e ao "desejo de estabilidade" dos eleitores.

"A vitória de Cavaco Silva é atribuída ao vasto reconhecimento da sua rica experiência e ao seu papel como estadista veterano numa altura em que o país luta por recuperar a confiança dos investidores", escreveu a Xinhua.

No mesmo comentário, a Xinhua afirma que a reeleição do actual Presidente reflecte também "o desejo de estabilidade do povo português", que "face à instável situação económica, procura a unidade e a cooperação entre os maiores partidos políticos".

No perfil de seis parágrafos que dedica a Cavaco Silva, a Xinhua recorda que o antigo primeiro-ministro português assinou a Declaração Conjunta Luso-Chinesa sobre a Questão de Macau, em Abril de 1987.

Jornal de Notícias
 
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