Portuguesa entre os feridos de colisão de dois comboios na Alemanha
Entre os feridos na colisão de dois comboios perto de Oschersleben (Leste da Alemanha) no passado sábado, está uma portuguesa, de 30 anos de idade, confirmou o Ministério do Interior de Sachsen-Anhalt.
No acidente morreram pelo menos 10 pessoas, e 23 ficaram feridas, algumas das quais com gravidade.
Só duas vítimas mortais tinham sido entretanto identificadas, mas o porta-voz do Ministério do Interior de Sachsen-Anhalt, em Magdeburgo, Martim Krems, disse à Lusa que já foi possível apurar que todos os mortos são de nacionalidade alemã.
Quanto ao estado da cidadã portuguesa, que não tem residência fixa na Alemanha, o mesmo responsável disse não saber se trata de um dos 10 feridos que já tiveram alta, ou dos 13 que ainda estavam hospitalizados.
O Ministério Público de Magdeburgo abriu, entretanto, um processo-crime contra o maquinista do comboio de mercadorias envolvido no embate, por suspeita de homicídio por negligência.
Apesar de a locomotiva do comboio de mercadorias ter ficado quase totalmente destruída, o maquinista, de 41 anos, sofreu apenas ligeiras contusões.
Testemunhas oculares disseram à polícia tê-lo visto nas carruagens de trás, pouco antes do embate.
Um porta-voz da polícia confirmou esses testemunhos, e sublinhou que um comboio de mercadorias não pode andar sozinho.
O mesmo porta-voz admitiu, porém, em declarações à emissora local MDR, que o maquinista pode ter tentado pôr-se a salvo, ao perceber que não poderia evitar o embate.
O maquinista está em estado de choque, e tinha-se recusado, até agora, a prestar declarações à polícia sobre as causas do acidente.
No comboio de passageiros, que foi atirado para fora da via após a colisão, morreram o maquinista, a revisora e mais oito passageiros, segundo as autoridades alemãs.
Os depoimentos recolhidos pela polícia parecem indicar que houve uma avaria na sinalização, ou que o maquinista do comboio de mercadorias terá ignorado um sinal de paragem.
Estas versões foram também consideradas as mais prováveis pelo governador de Sachsen-Anhalt, Manfred Boehmer, em declarações a jornalistas, ontem, domingo, durante uma visita ao local da tragédia.
No entanto, só após a análise das chamadas "caixas negras" dos comboios, e da conclusão do inquérito policial, que demorará vários dias, se poderá saber o que provocou um dos acidente ferroviários mais graves ocorridos na Alemanha nos últimos anos.
Jornal de Notícias