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Corte da Internet afecta um quarto da população do Egipto

aiam

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Mai 11, 2007
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O Egipto não é dos países mais informatizado do mundo, mas, com 20 milhões de cibernautas, cerca de um quarto da população é directamente afectada pelo corte da Internet ordenado pelo Governo.

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Para além disto, as redes de telemóvel também foram pelo menos parcialmente bloqueadas. Um comunicado da Vodafone local informa que todos os operadores móveis receberam instrucções para cortar as comunicações em algumas zonas. Segundo dados da CIA, cerca de 55 milhões de egípcios (69 por cento da população) têm telemóvel.

“É uma grande disrupção” para a economia do país, analisa o economista Sandro Mendonça, investigador do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa e membro do Observatório da Comunicação.

O Egipto “é uma economia muito interconectada”, nota Mendonça, “dependente de comércio e pequenos negócios, que têm tido um grande aumento de produtividade devido às comunicações móveis baratas”. E acrescenta: “Podemos pensar que são negócios pouco desenvolvidos, mas estamos a falar de uma economia de bazar que está em pleno século XXI”.

Para além disto, praticamente 50 por cento do produto interno bruto do país é gerado no sector terciário, que é o mais dependente de telecomunicações. E (segundo números de 2001) é também aqui que está empregada um pouco mais de metade da população.

As autoridades egípcias ordenaram esta sexta-feira que os principais fornecedores de Internet do país cortassem as ligações. Isto significa que os utilizadores egípcios não conseguem aceder à rede e também que não é possível aceder a partir de outros países aos sites alojados dentro do país.

O presidente da Câmara de Comércio Luso-Árabe, Ângelo Correia, citado pela agência Lusa, afirmou não haver registo de incidentes com empresas portuguesas.

Durante a tarde, alguns sites importantes, como o da bolsa egípcia, estiveram temporariamente operacionais, mas acabaram também por ficar inacessíveis.

Alguns utilizadores, porém, conseguiam aceder à Internet através de ligações de linha telefónica fornecidas pelo único operador de Internet que continuou a funcionar. Pelas redes sociais circulavam apelos a que as pessoas com estas ligações as partilhassem, através de routers capazes de disponibilizar acesso sem fios à Internet.

Tecnicamente simples


Esta é a primeira vez que um país faz um corte praticamente total da respectiva ligação à Internet – algo que é tecnicamente simples. Para isto, basta que os fornecedores de acesso à Internet deixem de fazer a ligação para o exterior. A China, por exemplo, é dos países que tem a sua fronteira digital fortemente controlada, impedindo que muitos conteúdos circulem.

No Egipto, um dos países que está na lista negra dos Repórteres Sem Fronteiras no que diz respeito à cibercensura, os operadores de telecomunicações estão fortemente condicionados pelo Estado e o Governo tem poder para ordenar o corte das comunicações.

A frustração da população por não conseguir usar comunicações será outro impacto do corte, observa Mendonça – particularmente num país que tem uma grande fatia de população jovem, que é a que mais usa a Internet e os telemóveis para comunicar. Segundo dados oficiais, 46 por cento por cento dos egípcios têm entre 10 e 34 anos.

“Isto pode ser altamente incendiário”, avalia o investigador. “Não é possível aguentar uma situação destas muito mais tempo”.

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