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Falso inspector da ASAE até ex-patrão enganou

florindo

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Homem bem falante, conseguiu ao longo de meses burlar dezenas de proprietários da restauração, fazendo-se passar por inspector da ASAE. Usava apenas o telemóvel para as burlas. Está em prisão preventiva depois de ter sido detido pela Polícia Judiciária.

Natural da Marinha Grande, Marco António, cozinheiro, conseguiu, ao longo do último ano, viver apenas das burlas. A profissão que exerceu em alguns restaurantes da Região Centro permitiu-lhe perceber o modo de operar dos inspectores da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

Começou por elaborar uma lista dos locais que sabia que tinham sido visitados pelos verdadeiros inspectores e até se muniu de pequenos pormenores: tais como nomes dos proprietários, telefones e pequenos "problemas" detectados pela ASAE, que serviram de base ao esquema.

Com recurso ao telemóvel, sempre com cartões pré-pagos que depois deitava fora, o indivíduo telefonava para os espaços comerciais - habitualmente restaurantes e supermercados - e apresentava-se como inspector da ASAE. Referia que tinha à sua frente um documento, relativo a uma coima - no início, alegava ser de 200 ou 300 euros e ultimamente subiu o valor para 700 -, que ainda não tinha sido paga. E ameaçava com o encerramento do espaço se aquele valor não fosse liquidado.

Na conversa com os empresários dava-lhes uma referência falsa de multibanco, onde teriam de fazer o pagamento. Avisado pelas vítimas que não conseguiam proceder à liquidação da coima, o suspeito fornecia o Número de Identificação Bancária (NIB) de uma conta e pedia aos empresários que lhe mandassem, via email - que criava apenas para cada caso específico -, o comprovativo da transferência.

Com o dinheiro na mão, Marco deitava fora o número de telemóvel e procurava nova vítima.

Algumas dessas vítimas, contactadas pelo JN, asseguraram que "a conversa parecia mesmo verdadeira. Muitas vezes", realçam, "até ficamos convencidos que tínhamos mesmo aquela dívida". Um dos empresários do centro do país, assumiu que Marco trabalhou como cozinheiro no seu restaurante, durante algum tempo, mas só depois de ter sido "enganado" percebeu que conhecia "aquela voz".

Não revelando pormenores da forma como foi burlado, nem quanto perdeu, mostrou-se agastado com a situação, feliz com a detenção do suspeito e diz aguardar que "se faça justiça".

Segundo fonte da Polícia Judiciária de Leiria - que deteve o suspeito, na passada quinta-feira, em Lisboa -, "há mais de 30 burlas consumadas e um grande número de casos que não foram consumados". Há queixas de vítimas do Fundão, Lisboa, Figueira da Foz, Nazaré e Montemor-o-Novo.

Afirmando que Marco "fazia da burla o seu modo de vida" e que actuou "ao longo de todo o ano de 2010", a fonte policial revelou que o suspeito usava as contas bancários dos homens com quem se relacionava. "Não tinha sinais exteriores de riqueza, o que arranjava era para gastar no dia a dia", disse.

Na mira da PJ e da ASAE e numa operação conjunta, Marco acabaria por ser detido numa pensão, em Lisboa. A Polícia conseguiu aprender a lista das vítimas e ainda alguns cartões pré-pagos.

Ao início da noite da passada sexta-feira, o juiz de instrução criminal do Tribunal de Leiria decretou-lhe a prisão preventiva.

Jornal de Notícias
 
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