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Presos ameaçam rebelião na cadeia de Custóias

florindo

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O estabelecimento prisional de Custóias vai ter a partir de amanhã um novo regulamento. Os presos passam a ficar mais tempo nas celas e as visitas serão restringidas e terão hora marcada. Tudo por causa de um motim em Dezembro que atirou seis guardas para o hospital.

A situação está a causar polémica interna junto dos reclusos. Estes, enviaram um abaixo-assinado ao director da cadeia, Paulo Machado, a insurgir-se contra as regras prestes a entrar em vigor. As reclamações não foram atendidas, razão pela qual, soube o JN, os presos preparam-se para, amanhã, não trabalhar, como normalmente, e recusar comer no refeitório.

Cada recluso terá direito a ser visitado por familiares mas com dias e uma hora marcada, de acordo com o pavilhão e a localização da respectiva cela. Antes, as visitas poderiam decorrer entre as 14 e as 17 horas; a partir de agora, visitas só entre as 14 e as 15, entre as 15 e as 16 e entre as 16 e 17.

Os visitantes terão, assim, de revezar-se, a fim de evitar que, no local das visitas estejam, em simultâneo, mais de 50 ou 60 pessoas. O objectivo é evitar casos de acumulação de presos e familiares que tornem impraticável o trabalho dos guardas - que são poucos para tantas pessoas.

Em parte, foi uma das razões que levaram ao motim de Dezembro. "Quando se juntam as visitas de mais que um pavilhão é tanta gente que mais parece um ambiente de jogo de futebol", descreve, ao JN, fonte prisional.

Outra medida entretanto tomada foi a retirada, do local das visitas, de todas as cadeiras e mesas em alumínio. Recorde-se que este material foi usado como "arma" pelos clãs protagonistas dos tumultos de Dezembro - entretanto transferidos, como castigo, para a cadeia de Paços de Ferreira - para agredir os seis guardas prisionais. Em vez daquele material foram colocados os antigos bancos em madeira, pesados e com capacidade para cerca de 15 pessoas. E não há mesas.

Os reclusos serão entretanto obrigados a ficar nas celas mais tempo. Antes podiam sair delas pelas 7.15 horas; agora só vão sair pelas 8 horas. Quanto à hora de recolhimento, a partir de amanhã será pelas 19 horas; antes eram todos fechados meia hora mais tarde.

Ao que apurou o JN junto de fontes próximas de reclusos, a ameaça de não trabalhar tem a ver com o facto de as medidas restritivas terem por base o mau comportamento de indivíduos que já não estão naquele estabelecimento prisional. E também pela circunstância de os familiares de alguns reclusos passarem a não ter possibilidade de visitas, por dificuldade de conciliação de horários com o trabalho.

Sobre as ameaças, fonte do corpo da guarda prisional explica que, caso se concretize, a direcção pode fechar a prisão por razões de segurança e até proibir todas as visitas enquanto durar a insubordinação. "Era só o que faltava serem agora os presos a mandar na cadeia".

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