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Associação de Farmácias entrega à PJ 29 receitas suspeitas

florindo

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Out 11, 2006
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O presidente da Associação Nacional de Farmácias anunciou que vai entregar hoje, quinta-feira, à Polícia Judiciária, 29 receitas que recebeu de uma farmácia, suspeitas de serem para doentes falsos.

"Neste molhinho de receitas está um valor de 7500 euros, dos quais o Estado iria pagar 7122 euros e o doente menos de 400", disse João Cordeiro.

Para o presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), estas situações devem-se ao sistema de comparticipação de medicamentos, que é "muito complexo", e ao facto de não haver uma base de dados dos doentes.

"Estas receitas de certeza que passaram pelo Centro de Conferência de Facturas da Maia, até porque algumas estão emitidas por computador de entidades oficiais e outras manualmente e não têm qualquer rasura, mas não há controlo nenhum do beneficiário do regime de comparticipação", referiu.

João Cordeiro afirmou que tem "fortes suspeitas" de que as receitas sejam falsas, considerando que a situação "é grave demais para ser mantida".

"Anda-se a falar da receita electrónica como forma de dar a ideia de que estão a fazer coisas", quando o que é "necessário e fundamental é ter um ficheiro de doentes devidamente organizado e com capacidade para ser gerido no dia-a-dia", sublinhou.

Segundo explicou, o que levou à suspeita relativa a estas receitas foi o montante do receituário e o tipo de medicamentos. Além disso, as receitas foram levantadas por alguém em nome do doente.

João Cordeiro considerou ser no mínimo suspeito que um centro de saúde tenha 60% da despesa que gere centrada em cinco medicamentos. Escusou-se no entanto a avançar o nome do Centro de Saúde ou os medicamentos em causa.

Os doentes abrangidos nestas receitas são todos diferentes e há mais do que um médico envolvido, acrescentou.

"Fraude salta aos olhos"

O presidente da ANF, que representa 96% das farmácias, adiantou que na última reunião que teve com a ministra da Saúde e o presidente do Infarmed entregou a facturação das farmácias dos últimos três anos, com os respectivos crescimentos.

"Houve crescimentos que é muito difícil de entender, assim como crescimentos dos medicamentos que em alguns centros de saúde foram de 1000%", elucidou, frisando: "Havendo organização, a fraude salta aos olhos".

O presidente da ANF propôs ainda a criação de uma base nacional de prestadores e entidades convencionadas e outra de doentes do Serviço Nacional de Saúde que identifique o regime de comparticipação a que cada utente tem direito.

Retomar o projecto de prescrição e dispensa electrónica de medicamentos, tendo em consideração uma experiência realizada em Portalegre, alargando-a, progressivamente, aos restantes distritos do pais, foi outra proposta apresentada.

Propôs ainda a criação de uma base nacional de prestadores e entidades convencionadas e uma base nacional de doentes do Serviço Nacional de Saúde que identifique o regime de comparticipação a que cada utente tem direito.

Jornal de Notícias
 
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