- Entrou
- Out 11, 2006
- Mensagens
- 38,985
- Gostos Recebidos
- 346
O Tribunal do Marco de Canaveses libertou, ontem, a mulher, de 40 anos, que horas antes se entregou à GNR de Alpendorada por ter asfixiado o marido com um cordão de um saco. Juiz entendeu que terá agido em legítima defesa num quadro de violência doméstica.
E. Pinto fica assim obrigada a apresentações periódicas às autoridades até ser julgada. Os dois filhos do casal, um rapaz, de 13 anos, e uma rapariga, de 14 anos, que terão assistido à morte do pai, ficaram à guarda da família materna.
A Comissão Municipal de Protecção das Crianças e Jovens em Risco, na sequência de uma notificação do Ministério Público, instaurou um processo. Foi solicitado o acompanhamento psicológico das crianças. "Até este episódio não havia historial", explicou ao JN, Gorete Monteiro, vereadora da Acção Social da Câmara do Marco de Canaveses.
A discussão do casal, que estará na base do crime, terá começado, cerca das 22,30 horas, pouco depois de a vítima, António Pinto da Conceição, ter saído do Café Novo Século, em Vila Boa do Bispo, onde tinha ido como habitualmente beber café após o jantar.
Na confraternização do jogo de cartas com os amigos, segundo a proprietária do estabelecimento, Margarida Silva, bebeu dois copos de vinho. "Estaria animado, mas já o vimos sair daqui muito pior", conta embora se diga "espantada" com o crime. Vizinhos sabiam que ele tinha problemas com a bebida e faltava muito ao trabalho.
O crime ocorreu num cenário de extrema pobreza, na Calçada de Cavalhões, Vila Boa do Bispo (Marco de Canaveses). A residência do casal, alugada, assemelha-se a um casebre. Em função das dificuldades económicas, a mulher terá alegado às autoridades que era, desde o casamento, há 14 anos, "vítima de maus tratos psicológicos e físicos".
Regressado do café, António Conçeição acordou a mulher e os filhos, com murros na porta, e começou a discutir com ela por causa de um risco na mala do Opel Corsa, conduzido por E. Pinto.
A discussão transferiu-se para o exterior, junto da viatura. Aí, o homem terá apanhado um cordão e "passou-o no pescoço da mulher". Os filhos, em auxílio da mãe, retiraram o cordão até que no meio dos empurrões, a mulher conseguiu reverter a seu favor a luta e passou o cordão no pescoço do marido.
Nesse instante, António Conceição, sentindo-se apertado, terá sacado de um revólver, dizendo: "É hoje que te vou matar". Assustada, a mulher terá apertado com força o cordão, a que se seguiu a queda de ambos.
Ele terá batido com a cabeça numa pedra. No chão, a mulher puxou o cordão com medo de ser assassinada pelo marido. A GNR ainda assistiu, por telefone, à discussão. Quando as autoridades chegaram ao local, a mulher "estava de joelhos, ao lado do marido, à espera que ele acordasse, com o cordel na mão". A VMER do Vale do Sousa ainda tentou a reanimação, mas a vítima era já cadáver.
Jornal de Notícias
E. Pinto fica assim obrigada a apresentações periódicas às autoridades até ser julgada. Os dois filhos do casal, um rapaz, de 13 anos, e uma rapariga, de 14 anos, que terão assistido à morte do pai, ficaram à guarda da família materna.
A Comissão Municipal de Protecção das Crianças e Jovens em Risco, na sequência de uma notificação do Ministério Público, instaurou um processo. Foi solicitado o acompanhamento psicológico das crianças. "Até este episódio não havia historial", explicou ao JN, Gorete Monteiro, vereadora da Acção Social da Câmara do Marco de Canaveses.
A discussão do casal, que estará na base do crime, terá começado, cerca das 22,30 horas, pouco depois de a vítima, António Pinto da Conceição, ter saído do Café Novo Século, em Vila Boa do Bispo, onde tinha ido como habitualmente beber café após o jantar.
Na confraternização do jogo de cartas com os amigos, segundo a proprietária do estabelecimento, Margarida Silva, bebeu dois copos de vinho. "Estaria animado, mas já o vimos sair daqui muito pior", conta embora se diga "espantada" com o crime. Vizinhos sabiam que ele tinha problemas com a bebida e faltava muito ao trabalho.
O crime ocorreu num cenário de extrema pobreza, na Calçada de Cavalhões, Vila Boa do Bispo (Marco de Canaveses). A residência do casal, alugada, assemelha-se a um casebre. Em função das dificuldades económicas, a mulher terá alegado às autoridades que era, desde o casamento, há 14 anos, "vítima de maus tratos psicológicos e físicos".
Regressado do café, António Conçeição acordou a mulher e os filhos, com murros na porta, e começou a discutir com ela por causa de um risco na mala do Opel Corsa, conduzido por E. Pinto.
A discussão transferiu-se para o exterior, junto da viatura. Aí, o homem terá apanhado um cordão e "passou-o no pescoço da mulher". Os filhos, em auxílio da mãe, retiraram o cordão até que no meio dos empurrões, a mulher conseguiu reverter a seu favor a luta e passou o cordão no pescoço do marido.
Nesse instante, António Conceição, sentindo-se apertado, terá sacado de um revólver, dizendo: "É hoje que te vou matar". Assustada, a mulher terá apertado com força o cordão, a que se seguiu a queda de ambos.
Ele terá batido com a cabeça numa pedra. No chão, a mulher puxou o cordão com medo de ser assassinada pelo marido. A GNR ainda assistiu, por telefone, à discussão. Quando as autoridades chegaram ao local, a mulher "estava de joelhos, ao lado do marido, à espera que ele acordasse, com o cordel na mão". A VMER do Vale do Sousa ainda tentou a reanimação, mas a vítima era já cadáver.
Jornal de Notícias