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Três médicos julgados por viajar à custa de fornecedor

florindo

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Out 11, 2006
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Demagogia pura", protestou, ontem, o médico Manuel Filipe Rodrigues, no Tribunal de Coimbra, contra o facto de estar acusado de corrupção por viajar com a mulher para Itália, a expensas de uma empresa suíça que vendeu implantes cocleares ao Hospital dos Covões.

O antigo director do Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Coimbra (CHC), que integra os Covões, sustentou que era uma "prática comum" as esposas dos directores serem convidadas, por fornecedores de material hospitalar, a viajar com os maridos para congressos científicos.

"Nestas coisas, há sempre programas sociais", justificou Manuel Filipe Rodrigues, que integrava o júri do concurso, de 2004, através do qual a empresa Cochlear vendeu implantes cocleares, de 1,2 milhões de euros, ao CHC. Segundo o Ministério Público (MP), as contrapartidas da Cochlear, por ter ganho aquele concurso de forma irregular, foram viagens e estadias no estrangeiro para três médicos, acusados de corrupção, e seus familiares.

Pioneiros em Portugal na colocação de implantes cocleares, Manuel Filipe e o seu irmão, Fernando Rodrigues, estão a ser julgados, cada um, por dois crimes de corrupção passiva (um para acto ilícito e outro para lícito) e um de falsificação de documento.

O terceiro cirurgião, José Bastos, foi pronunciado por um crime de corrupção para acto ilícito. A corrupção activa foi imputada a um gestor da Cochlear, Dieter Roth, e um audiologista, Rui Nunes, da Widex (distribuidora da primeira). Dois funcionários do CHC são suspeitos de falsificação de documentos.

Entre 1999 e 2003, a Cochlear vendeu implantes cocleares ao CHC, de 2,9 milhões de euros, mas o MP só apontou o dedo ao referido concurso de 2004. Manuel Filipe, o primeiro arguido ouvido em julgamento, defendeu que o de 2004 foi igual aos anteriores.

Já segundo o MP, em 2004, a empresa terá sido avisada, a meio do concurso, para juntar à sua proposta uma lista de preços de acessórios que estava em falta. E acrescenta que a lacuna ditaria a exclusão da Cochlear. Manuel Filipe negou que assim fosse e, por outro lado, garantiu ter visto a lista na fase inicial do concurso, estranhando que, a meio, ela tivesse desaparecido.

Jornal de Notícias
 
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