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SPO: São feitas cirurgias às cataratas «sem justificação»

maioritelia

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Ago 1, 2008
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O antigo presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), António Travassos, afirmou hoje à Lusa que são realizadas demasiadas cirurgias às cataratas sem justificação, o que implica que se esteja a gastar dinheiro público de forma incorreta.
"Eu, há um ano e meio ou mais [quando ainda liderava a Sociedade de Oftalmologia], disse que estavam a ser operadas cataratas em Portugal sem justificação", disse António Travassos, comentando os resultados do Programa de Intervenção em Oftalmologia (PIO).

O Ministério da Saúde anunciou na terça-feira que foram feitas mais de 36 mil cirurgias entre 1 de junho de 2008 e 30 de junho de 2009, o que ficou "acima da produção habitual".

Contudo, uma auditoria do Tribunal de Contas aos resultados do Programa de Intervenção em Oftalmologia revela que foram insatisfatórios e mostraram uma “fraca taxa de execução”: 59 por cento nas cirurgias e 41 por cento nas primeiras consultas.

O PIO tinha como meta realizar 30 mil cirurgias às cataratas em produção adicional nos hospitais públicos e realizar 75 mil consultas da especialidade, num ano, entre 1 de junho de 2008 e 30 de junho de 2009.


António Travassos contou que, quando ainda era presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, chamou a atenção do secretário de Estado de que "estavam a ser gastos dinheiros de forma incorreta e que podiam ser usados para tratar doentes com cancro".

"Eu, como oftalmologista, não posso aceitar isto", sublinhou António Travassos, acrescentando que "aquilo que se fizer aos doentes é porque tem que ser e porque o doente necessita e não porque alguém tem interesse em fazer".

No entanto, disse, o secretário de Estado não lhe deu razão na altura, apesar de "passado um ano" ter admitido que "não há orçamentos ilimitados" e ter acabado por concordar com os avisos de António Travassos.

Para o oftalmologista, não é só nas cirurgias às cataratas que "têm sido feitos erros enormes na forma como têm sido adjudicados serviços", e, por isso, é necessário que tudo seja "perfeitamente esclarecido" para que a medicina não se transforme num negócio ilícito".


dd.
 
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