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O contrato de associação com o Externato das Neves, em Viana do Castelo, foi denunciado no final último ano lectivo. Autarquia e DREN garantem que a escola pública «chega para as encomendas», mas os pais alertam que o estabelecimento não tem condições, o que a directora reconhece.
O director pedagógico do Externato das Neves, Vasco Oliveira, acusou hoje o Ministério da Educação (ME) de «irresponsabilidade», por terminar o contrato de associação com aquele estabelecimento de ensino e encaminhar os alunos para uma escola «sem o mínimo de condições».
«O ME decidiu avançar com a denúncia do contrato de associação, ignorando os nossos protestos, os nossos argumentos e, pasme-se, a declaração da Câmara de Viana do Castelo de que a nossa escola fazia falta na rede educativa da região».
O Externato das Neves existe desde 1977, tendo sempre funcionado ao abrigo do contrato de associação entretanto denunciado.
«Os nossos alunos foram transferidos para a EB 2/3 de Barroselas, passando a ter aulas em salas sem o mínimo de condições, sem aquecimento, com demasiada humidade e com chuva a entrar nas salas», criticou Vasco Oliveira.
A falta de condições na EB 2/3 de Barroselas é admitida por pais, professores, alunos e directores, tendo já levado a um boicote às aulas e a uma manifestação em Viana do Castelo, para exigir obras urgentes, entretanto já prometidas pela tutela.
A directora da escola, Rosa Cruz, reconheceu as «péssimas condições» e falou mesmo em «situações surrealistas» ali registadas em dias de chuva.
«Na cantina, por exemplo, chovia dentro como fora, tínhamos todos de comer à pressa antes de cair novo chuveiro. A água, lá dentro, atingiu quatro a cinco centímetros de altura», referiu.
Ricardo Ribeiro, pai de um aluno que frequentava o Externato das Neves e foi transferido para Barroselas, diz que a nova escola do filho é «um caos».
«Os nossos filhos tinham no Externato um ensino excelente e em óptimas instalações e agora estão numa escola que mete água por todos os lados e que mais parece uma arca frigorífica», insurgiu-se.
Fonte da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) explicou que o contrato de associação foi extinto porque, com a «diminuição do número de alunos» naquela zona, a escola pública se tornou suficiente para responder às necessidades.
Acrescentou que a escola de Barroselas já está sinalizada para entrar em obras, que «teriam sempre de ser realizadas, com ou sem os alunos» do Externato das Neves.
Apesar de em 2008 a Câmara de Viana do Castelo ter apelado ao ME que mantivesse o contrato de associação, argumentando que o Externato das Neves fazia falta para responder às necessidades da rede educativa concelhia, a vereadora da Educação do novo executivo, Maria José Guerreiro, tem hoje outra opinião.
Para a autarca, com a diminuição do número de alunos, a escola de Barroselas «tem capacidade para acolher ainda mais alunos do que acolhe actualmente», pelo que «não há quaisquer problemas de sobrelotação».
Este ano, o Externato das Neves ainda tem a funcionar um curso de Educação e Formação de Jovens (CEF), com 13 alunos, mas no final do ano lectivo fechará definitivamente portas. O imóvel já está à venda, por 1,2 milhões de euros.
Lusa/SOL
O director pedagógico do Externato das Neves, Vasco Oliveira, acusou hoje o Ministério da Educação (ME) de «irresponsabilidade», por terminar o contrato de associação com aquele estabelecimento de ensino e encaminhar os alunos para uma escola «sem o mínimo de condições».
«O ME decidiu avançar com a denúncia do contrato de associação, ignorando os nossos protestos, os nossos argumentos e, pasme-se, a declaração da Câmara de Viana do Castelo de que a nossa escola fazia falta na rede educativa da região».
O Externato das Neves existe desde 1977, tendo sempre funcionado ao abrigo do contrato de associação entretanto denunciado.
«Os nossos alunos foram transferidos para a EB 2/3 de Barroselas, passando a ter aulas em salas sem o mínimo de condições, sem aquecimento, com demasiada humidade e com chuva a entrar nas salas», criticou Vasco Oliveira.
A falta de condições na EB 2/3 de Barroselas é admitida por pais, professores, alunos e directores, tendo já levado a um boicote às aulas e a uma manifestação em Viana do Castelo, para exigir obras urgentes, entretanto já prometidas pela tutela.
A directora da escola, Rosa Cruz, reconheceu as «péssimas condições» e falou mesmo em «situações surrealistas» ali registadas em dias de chuva.
«Na cantina, por exemplo, chovia dentro como fora, tínhamos todos de comer à pressa antes de cair novo chuveiro. A água, lá dentro, atingiu quatro a cinco centímetros de altura», referiu.
Ricardo Ribeiro, pai de um aluno que frequentava o Externato das Neves e foi transferido para Barroselas, diz que a nova escola do filho é «um caos».
«Os nossos filhos tinham no Externato um ensino excelente e em óptimas instalações e agora estão numa escola que mete água por todos os lados e que mais parece uma arca frigorífica», insurgiu-se.
Fonte da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) explicou que o contrato de associação foi extinto porque, com a «diminuição do número de alunos» naquela zona, a escola pública se tornou suficiente para responder às necessidades.
Acrescentou que a escola de Barroselas já está sinalizada para entrar em obras, que «teriam sempre de ser realizadas, com ou sem os alunos» do Externato das Neves.
Apesar de em 2008 a Câmara de Viana do Castelo ter apelado ao ME que mantivesse o contrato de associação, argumentando que o Externato das Neves fazia falta para responder às necessidades da rede educativa concelhia, a vereadora da Educação do novo executivo, Maria José Guerreiro, tem hoje outra opinião.
Para a autarca, com a diminuição do número de alunos, a escola de Barroselas «tem capacidade para acolher ainda mais alunos do que acolhe actualmente», pelo que «não há quaisquer problemas de sobrelotação».
Este ano, o Externato das Neves ainda tem a funcionar um curso de Educação e Formação de Jovens (CEF), com 13 alunos, mas no final do ano lectivo fechará definitivamente portas. O imóvel já está à venda, por 1,2 milhões de euros.
Lusa/SOL