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Conselho militar supremo esteve reunido pela terceira vez na história do Egipto - sem o Presidente Hosni Mubarak. Analistas afirmam que pode estar em marcha um golpe militar.
Também nas últimas horas, circulou o rumor da possível partida de Mubarak rumo à estância balnear de Sharm el Sheikh, na costa egípcia do Mar Vermelho. Entretanto, a NBC indicou que o chefe de Estado está ainda no Cairo.
Está no entanto confirmada a informação de que Mubarak gravou um discurso para ser emitido esta noite na televisão estatal, e que a comunicação terá sido confiscada pelo exército, que estiveram esta tarde reunidos sem o Presidente. O conselho militar supremo teve lugar pela primeira vez desde 1973, e apenas pela terceira vez na história do Egipto. Poderá estar em marcha um golpe militar.
Desconhece-se o conteúdo do discurso gravado esta quinta-feira, mas fontes governamentais e partidárias indicam que poderá ser o anúncio da renúncia de Mubarak ao poder.
Peon Panetta, director da CIA, a agência de serviços secretos norte-americana, confirma que as últimas informações indicam «com elevado grau de certeza» que Mubarak deverá demitir-se ainda hoje.
Regime dividido
De acordo com Hossan Badrawi, secretário-geral do Partido Nacional Democrata, Mubarak deverá mesmo anunciar a passagem do poder para o seu actual número dois, o vice-Presidente Omar Suleiman, antigo chefe da secreta egípcia que nos últimos dias adoptou um claro discurso de liderança.
«Estaria muito surpreendido se Mubarak ainda fosse Presidente amanhã», declarou Badrawi à BBC.
Também o primeiro-ministro egípcio, Ahmed Shafiq, declarou à BBC que o cenário da demissão de Mubarak estava em cima da mesa. Mais tarde, disse não haver até ao momento nenhuma decisão tomada.
A decisão poderá ser anunciada «nas próximas horas». Caso Mubarak abandone o poder, há outro cenário para além da passagem de testemunho a Suleiman. O exército, que ainda hoje declarou que a segurança da população é prioritária neste momento, pode assumir o poder. Vários observadores falam mesmo de um golpe militar em curso.
À medida que a tensão sobe nas altas esferas do regime egípcio, surgem indícios de divisão. O ministro da Informação afirmou esta mesma tarde que Mubarak não sai.
A Al Jazeera indica que um alto responsável do partido do poder exigiu ao Presidente que cancelasse o discurso desta noite.
Contestação sobe de tom
Nas ruas do Cairo, as últimas informações foram recebidas com enorme entusiasmo. Esta tarde, entoavam-se slogans de unidade entre o povo e as forças armadas - mais um sinal de que o exército poderá de facto estar a mudar rapidamente de posição.
A praça Tahrir voltou a encher após dias de medo motivados pelos ataques de grupos leais a Mubarak. A libertação de Wael Ghonim, o activista online que convocou os primeiros protestos através da rede social Facebook, galvanizou os manifestantes. Ghonim, director de marketing da Google para o Médio Oriente, esteve detido 11 dias e concedeu segunda-feira uma entrevista ao principal canal privado do Egipto, onde chorou a morte de opositores do regime. O momento televisivo terá marcado um ponto de viragem nos protestos, quando estes perdiam força.
No resto do país, os protestos ganharam força nos últimos dias com a entrada em cena dos sindicatos. O canal do Suez, peça-chave da economia egípcia e ponto de passagem de grande parte do comércio mundial, regista interrupções no serviço. Seis mil funcionários estão em greve.
Também nos últimos dias, a contestação chegou ao Alto Egipto (sul do país), com registo de mortes e da destruição de edifícios governamentais em Assuão. Até ao momento, não tinham acontecido protestos significativos na região.
SOL
Também nas últimas horas, circulou o rumor da possível partida de Mubarak rumo à estância balnear de Sharm el Sheikh, na costa egípcia do Mar Vermelho. Entretanto, a NBC indicou que o chefe de Estado está ainda no Cairo.
Está no entanto confirmada a informação de que Mubarak gravou um discurso para ser emitido esta noite na televisão estatal, e que a comunicação terá sido confiscada pelo exército, que estiveram esta tarde reunidos sem o Presidente. O conselho militar supremo teve lugar pela primeira vez desde 1973, e apenas pela terceira vez na história do Egipto. Poderá estar em marcha um golpe militar.
Desconhece-se o conteúdo do discurso gravado esta quinta-feira, mas fontes governamentais e partidárias indicam que poderá ser o anúncio da renúncia de Mubarak ao poder.
Peon Panetta, director da CIA, a agência de serviços secretos norte-americana, confirma que as últimas informações indicam «com elevado grau de certeza» que Mubarak deverá demitir-se ainda hoje.
Regime dividido
De acordo com Hossan Badrawi, secretário-geral do Partido Nacional Democrata, Mubarak deverá mesmo anunciar a passagem do poder para o seu actual número dois, o vice-Presidente Omar Suleiman, antigo chefe da secreta egípcia que nos últimos dias adoptou um claro discurso de liderança.
«Estaria muito surpreendido se Mubarak ainda fosse Presidente amanhã», declarou Badrawi à BBC.
Também o primeiro-ministro egípcio, Ahmed Shafiq, declarou à BBC que o cenário da demissão de Mubarak estava em cima da mesa. Mais tarde, disse não haver até ao momento nenhuma decisão tomada.
A decisão poderá ser anunciada «nas próximas horas». Caso Mubarak abandone o poder, há outro cenário para além da passagem de testemunho a Suleiman. O exército, que ainda hoje declarou que a segurança da população é prioritária neste momento, pode assumir o poder. Vários observadores falam mesmo de um golpe militar em curso.
À medida que a tensão sobe nas altas esferas do regime egípcio, surgem indícios de divisão. O ministro da Informação afirmou esta mesma tarde que Mubarak não sai.
A Al Jazeera indica que um alto responsável do partido do poder exigiu ao Presidente que cancelasse o discurso desta noite.
Contestação sobe de tom
Nas ruas do Cairo, as últimas informações foram recebidas com enorme entusiasmo. Esta tarde, entoavam-se slogans de unidade entre o povo e as forças armadas - mais um sinal de que o exército poderá de facto estar a mudar rapidamente de posição.
A praça Tahrir voltou a encher após dias de medo motivados pelos ataques de grupos leais a Mubarak. A libertação de Wael Ghonim, o activista online que convocou os primeiros protestos através da rede social Facebook, galvanizou os manifestantes. Ghonim, director de marketing da Google para o Médio Oriente, esteve detido 11 dias e concedeu segunda-feira uma entrevista ao principal canal privado do Egipto, onde chorou a morte de opositores do regime. O momento televisivo terá marcado um ponto de viragem nos protestos, quando estes perdiam força.
No resto do país, os protestos ganharam força nos últimos dias com a entrada em cena dos sindicatos. O canal do Suez, peça-chave da economia egípcia e ponto de passagem de grande parte do comércio mundial, regista interrupções no serviço. Seis mil funcionários estão em greve.
Também nos últimos dias, a contestação chegou ao Alto Egipto (sul do país), com registo de mortes e da destruição de edifícios governamentais em Assuão. Até ao momento, não tinham acontecido protestos significativos na região.
SOL