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A mãe da menina russa que viveu durante cinco anos com uma família de acolhimento de Guimarães prepara-se para vir a Portugal a convite do casal com quem viveu a filha, mas receia trazer Alexandra consigo.
Alexandra foi retirada pelo Tribunal de Guimarães a uma família de acolhimento portuguesa em maio de 2009 e entregue à mãe biológica, Natalia Zarubina, que a levou para a Rússia.
"Estou a tratar do passaporte e depois veremos. João e Florinda [Pinheiro] telefonam a convidar, dizem que têm prendas e dinheiro para a menina. Tenciono ir, mas sozinha", declarou Natália Zarubina à Lusa por telefone.
"Eu não levo a Alexandra comigo porque a minha família não autoriza, temem que me sejam criados problemas, e eu própria também tenho receio", acrescenta.
"O meu marido, a minha mãe e outros membros da família estão contra a minha ida com a menina. E eu não me esqueço de que a família Pinheiro me levou a tribunal", sublinha.
Segundo Natália, a filha já esqueceu completamente a língua portuguesa, por isso não prestou atenção aos postais de Natal que lhe foram enviados de Portugal.
"Só fala russo e está completamente integrada", frisa. E acrescenta que a menina é "boa aluna e tem dotes para desenho e, nos últimos tempos, interessa-se por matemática".
Natália está inscrita no centro de emprego da vila Pritchistoe, onde reside, e vai ganhando algum dinheiro costurando roupa numa máquina oferecida pelas autoridades locais, mas os clientes são poucos.
"Recebi uma máquina de costura, vou fazendo alguma coisa, mas muito pouco", lamenta-se.
Alexandra, agora com sete anos e filha de uma imigrante russa, estava à guarda de uma família de Barcelos há cerca de cinco anos quando uma decisão do Tribunal da Relação de Guimarães, confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça, determinou a sua entrega à mãe. Alexandra estava com a família de acolhimento desde os 17 meses de idade.
Jornal de Notícias