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O preço do café para o consumidor vai subir em breve, dada a escalada da matéria-prima nos mercados internacionais e as «esmagadíssimas» margens de comercialização, admite a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).
Contactado pela Lusa, o presidente da AHRESP, Mário Pereira Gonçalves, refere que, embora «ainda não tenha sido contactado oficialmente pelos torrefactores» neste sentido, «é inevitável que o caminho seja o de aumentar o preço do café» para os consumidores, após nove anos sem alterações.
Nos últimos meses, os preços das matérias-primas e factores de produção para o fabrico do café subiram bastante, com o café verde a atingir o preço mais alto dos últimos 14 anos. Actualmente, esta matéria-prima custa mais cerca de 80 por cento do que no período homólogo. A agravar, o açúcar - outra das matérias-primas que influenciam este negócio - regista uma subida de 40 por cento.
«O aumento exponencial das várias matérias-primas, dada a grande especulação nos mercados à volta dos produtos alimentares, a juntar à inflação, faz com que não tenhamos condições de manter os preços. Desde Janeiro de 2002 - entrada em vigor do euro - que não actualizamos estes preços. São nove anos. As margens estão esmagadíssimas e as matérias-primas a níveis insuportáveis», explica o presidente da AHRESP.
Questionado sobre para quando prevê este aumento, Mário Gonçalves assume que «no curto prazo». Já sobre a eventual dimensão da subida do preço do café - cuja média de preços em Portugal ronda os 50 a 55 cêntimos -, garante que «é imprevisível», mas que «estes preços têm os dias contados».
Ainda assim, arrisca que possa ir desde «os cinco cêntimos no café de bairro a valores bastante mais significativos» noutro tipo de estabelecimentos comerciais. «É tudo expectável», diz.
Segundo o responsável, Portugal é o país da Europa onde o café é mais barato, embora a qualidade do produto que é comprado «seja excepcional». A seguir «só em Espanha e na Macedónia se encontra uma média de preços de um euro e tudo o resto anda à volta dos três, quatro e até cinco euros».
Mário Gonçalves mostra-se preocupado com a necessidade desta actualização de preços, pois na actual conjuntura «os consumidores não têm poder de compra para pagar isto e há muita coisa a ser exigida ao sector, custos de contexto que não fazem sentido e que tiram competitividade». No final, antecipa, «só os grandes vão conseguir resistir».
O responsável acusa o Estado de sobrecarregar o sector com «custos de contexto», como taxas «para tudo», que vão «do uso da esplanada aos custos da qualidade do ar, da higiene e alimentação no trabalho, da medicina, da formação, tudo».
Por isso, a associação «está a fazer pressão junto do Governo e da Assembleia da República para que se altere a legislação».
A Lusa contactou a Associação Industrial e Comercial do Café, que representa, por exemplo, os três principais torrefactores - Nutricafés, Delta e Nestlé -, mas não obteve resposta.
Lusa / SOL
Contactado pela Lusa, o presidente da AHRESP, Mário Pereira Gonçalves, refere que, embora «ainda não tenha sido contactado oficialmente pelos torrefactores» neste sentido, «é inevitável que o caminho seja o de aumentar o preço do café» para os consumidores, após nove anos sem alterações.
Nos últimos meses, os preços das matérias-primas e factores de produção para o fabrico do café subiram bastante, com o café verde a atingir o preço mais alto dos últimos 14 anos. Actualmente, esta matéria-prima custa mais cerca de 80 por cento do que no período homólogo. A agravar, o açúcar - outra das matérias-primas que influenciam este negócio - regista uma subida de 40 por cento.
«O aumento exponencial das várias matérias-primas, dada a grande especulação nos mercados à volta dos produtos alimentares, a juntar à inflação, faz com que não tenhamos condições de manter os preços. Desde Janeiro de 2002 - entrada em vigor do euro - que não actualizamos estes preços. São nove anos. As margens estão esmagadíssimas e as matérias-primas a níveis insuportáveis», explica o presidente da AHRESP.
Questionado sobre para quando prevê este aumento, Mário Gonçalves assume que «no curto prazo». Já sobre a eventual dimensão da subida do preço do café - cuja média de preços em Portugal ronda os 50 a 55 cêntimos -, garante que «é imprevisível», mas que «estes preços têm os dias contados».
Ainda assim, arrisca que possa ir desde «os cinco cêntimos no café de bairro a valores bastante mais significativos» noutro tipo de estabelecimentos comerciais. «É tudo expectável», diz.
Segundo o responsável, Portugal é o país da Europa onde o café é mais barato, embora a qualidade do produto que é comprado «seja excepcional». A seguir «só em Espanha e na Macedónia se encontra uma média de preços de um euro e tudo o resto anda à volta dos três, quatro e até cinco euros».
Mário Gonçalves mostra-se preocupado com a necessidade desta actualização de preços, pois na actual conjuntura «os consumidores não têm poder de compra para pagar isto e há muita coisa a ser exigida ao sector, custos de contexto que não fazem sentido e que tiram competitividade». No final, antecipa, «só os grandes vão conseguir resistir».
O responsável acusa o Estado de sobrecarregar o sector com «custos de contexto», como taxas «para tudo», que vão «do uso da esplanada aos custos da qualidade do ar, da higiene e alimentação no trabalho, da medicina, da formação, tudo».
Por isso, a associação «está a fazer pressão junto do Governo e da Assembleia da República para que se altere a legislação».
A Lusa contactou a Associação Industrial e Comercial do Café, que representa, por exemplo, os três principais torrefactores - Nutricafés, Delta e Nestlé -, mas não obteve resposta.
Lusa / SOL