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Perfil: Hosni Mubarak, o último "faraó", não resistiu à vontade popular

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Hosni Mubarak, que liderou o Egipto durante os últimos 30 anos, sucumbiu hoje à contestação popular, que provocou nas últimas duas semanas um autêntico "tsunami" político neste país do norte de África.

Um dia depois de ter reafirmado, num discurso à nação, que continuava determinado a presidir a uma transição política, Hosni Mubarak, que sempre se sentiu invencível, acabou por ser vulnerável ao julgamento do povo como qualquer outro líder.

Ao longo das três décadas que esteve no poder, Mubarak, de 82 anos, foi um sobrevivente em todos os sentidos, tanto político como até físico, ao escapar ileso de pelo menos seis tentativas de assassinato.

A 06 de Outubro de 1981, Mubarak assistia ao lado do então Presidente egípcio Anwar Sadat a uma parada militar no Cairo. Sadat seria assassinado nesse dia por radicais islâmicos.

Oito dias depois, Mubarak, um militar de carreira e que assumia na altura o cargo de vice-presidente, tornava-se o sucessor de Sadat.

Desde então foi o rosto de um regime autoritário, que os egípcios viam como uma dinastia de estilo faraónico, aparentemente, até hoje, impossível de enfrentar e derrubar.

O estilo rígido e austero como conduziu o país deu durante anos estabilidade interna ao Egipto e a aliança privilegiada que manteve com os Estados Unidos foi um garante para a influência externa do país.

O Egipto é também, juntamente com a Jordânia, um dos dois países árabes que mantém um acordo de paz com Israel, assinado em 1979, durante a presidência de Anwar Sadat, em troca da retirada, concretizada em 1982, de todos os territórios egípcios conquistados pelo exército israelita durante a guerra de Junho de 1967.

Nascido numa pequena aldeia da província de Menofya, no Delta do Nilo, em 1928, Mubarak formou-se aos 21 anos na Academia Militar Egípcia. No mesmo ano, em 1949, transitou para a Força Aérea.

Já chefe do Estado-maior da Força Aérea durante a Guerra do Yom Kippur, em 1973, Hosni Mubarak tornou-se uma figura de destaque, devido ao papel da aviação egípcia no conflito. Em 1974, foi promovido a marechal. Um ano depois, seria escolhido para a vice-presidência do país.

Desde 1981, Mubarak venceu três eleições sem oposição. Só em 2005 é que a oposição foi a votos, após intensa pressão internacional.

Nas últimas eleições legislativas, que decorreram entre Novembro e Dezembro do ano passado, o Partido Nacional Democrático, de Mubarak, conquistou mais de 80 por cento dos mandatos parlamentares. Valores que foram fortemente contestados pela oposição por alegadas irregularidades.

Quando anunciou a demissão do Governo, a 28 de Janeiro, e apresentou ao país, no dia seguinte, um vice-presidente, o primeiro em três décadas, Mubarak tentou controlar a vontade de um povo revoltado com a pobreza, corrupção e o desemprego que assolam o país.

Pouco dias depois, a 1 de Fevereiro, num novo discurso à nação, Mubarak anunciou que não iria recandidatar-se nas eleições presidenciais previstas para Setembro deste ano e que iria utilizar os meses que restavam do seu mandato para assegurar uma "transição pacífica do poder".

No mesmo discurso, o último "faraó" assegurou que tencionava morrer no Egito.

As últimas informações indicam que o Hosni Mubarak se encontra na estância balnear egípcia Charm el-Cheikh, onde tem uma residência.

Jornal de Notícias
 
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