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Um milhão de italianos diz "basta" a Berlusconi

florindo

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Dezenas de milhares de italianos manifestaram-se, este domingo, em Roma e um pouco por todo o país, para dizer "basta" a Berlusconi, sublinhando que a dignidade das mulheres é prejudicada pelo escândalo de prostituição "Rubygate", ao qual o chefe do Governo italiano está associado. Lisboa também se associou aos protestos.

Organizados através de uma petição na Internet, os protestos reflectem a crescente revolta das mulheres com o primeiro-ministro italiano, num país onde as mulheres de classe média são parte significativa de seu eleitorado.

Lideradas por actrizes, elementos da vida política e outras mulheres de destaque, as marchas acontecem em mais de 200 cidades.

"Estamos a pedir a todas as mulheres que defendam o valor de nossa dignidade, e a perguntar aos homens: Se não agora, quando?", disseram as organizadoras no site do protesto.

A Procuradoria Geral de Milão pediu, esta semana, o julgamento imediato do chefe do Governo, acusado dos delitos de recurso à prostituição de menores e de abuso de poder no caso "Rubygate".

Berlusconi terá alegadamente pago para ter sexo com uma menor, a marroquina Karina El Mahrug (Ruby), e é suspeito de abuso de poder por tê-la libertado depois de ter sido detida em Maio último, alegando que era sobrinha do presidente egípcio, Hosni Mubarak.

Os protestos também foram planeados noutros países, como os Estados Unidos, Grécia, França e Portugal.

Em Paris, por exemplo, cerca de 150 italianos apelaram junto ao Sagrado Coração, um dos pontos turísticos da cidade, à renúncia do primeiro-ministro, gritando "desiste!" e "sai!".

Também em Lisboa houve protestos. Mais de 30 cidadãos italianos manifestaram-se, este domingo, em Lisboa contra o primeiro-ministro Sílvio Berlusconi e pela dignidade das mulheres.

"A Itália não é um bordel" e "A Itália não é mais um país para mulheres" eram algumas das frases afixadas pelos manifestantes num edifício em frente à embaixada de Itália.

Paola D' Agostino, tradutora e residente em Portugal há mais de dez anos, escreveu na t-shirt branca que vestia, a negro, "a vergonha é o único anjo da guarda que temos", frase retirada do livro de José Saramago "O Evangelho Segundo Jesus Cristo".

"Berlusconi já devia ter-se demitido. A razão desta manifestação não é o mero moralismo. A vida privada não cabe a ninguém julgar. A Itália sofre as consequências de uma atitude imoral que está neste momento a assolar o país", afirmou defendendo que "a vergonha deve levar as pessoas a dizer basta" e apontando mesmo um "proxenetismo de Estado".

Marica Ferri, que vive há um ano em Portugal como investigadora, explica que o protesto de Lisboa está a acontecer ao mesmo tempo em dezenas de cidades italianas e noutras capitais europeias, tendo surgido de um "movimento espontâneo de cidadãos".

"O comportamento [do primeiro-ministro] é lesivo da nossa identidade de trabalhadoras, mães de família. Parece que as mulheres são só objecto de prazer e que o aspecto exterior tem de ser sempre agradável", criticou.

Paola D"Agostino sublinha que "não é aceitando as vontades sexuais de velhos poderosos" que as mulheres podem ser alguém na vida. "Através do mérito pode-se alcançar a mesma coisa", defendeu.

Jornal de Notícias
 
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