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Preços dos alimentos estão em níveis perigosos, diz Banco Mundial

florindo

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Os preços da alimentação atingiram «níveis perigosos» que podem contribuir para a instabilidade política, empurrando milhões para a pobreza e aumentando o custo das mercearias, indica um relatório do Banco Mundial (BM).

O BM divulgou hoje um documento em que afirma que os preços dos produtos alimentares aumentaram 29 por cento em 2010 e que estão apenas 3 por cento abaixo do máximo de sempre registado em 2008.

O presidente do banco, Robert Zoellick, disse que este aumento atingiu em particular as pessoas no mundo em desenvolvimento, uma vez que gastam mais de metade dos seus rendimentos em alimentação.

«Os preços da alimentação são um decisivo e principal desafio enfrentado hoje por muitos dos países em desenvolvimento», disse.

O BM estima que o aumento dos preços de milho, trigo e óleo colocaram 44 milhões de pessoas numa situação de pobreza extrema desde o final de Junho.

O relatório é divulgado um dia antes de os ministros das Finanças e dos presidentes dos bancos centrais dos países que integram o grupo das 20 principais economias (G-20) se reunirem em Paris.

Zoellick confessou-se preocupado com a possibilidade de alguns países poderem reagir à inflação dos preços dos produtos alimentares com a proibição das exportações ou recorrerem ao controlo de preços, o que só agravaria o problema, entende.

O índice do preço da alimentação, construído pelo BM, aumentou 15 por cento apenas entre Outubro e Janeiro.

A subida foi causada pelo comércio volátil de trigo, milho e soja.

Os futuros do milho duplicaram desde o verão, devido em parte ao aumento da procura por parte dos países em desenvolvimento, designadamente da China, e à crescente indústria de biocombustíveis.

O preço global de óleos e gorduras aumentou 22 por cento e os de trigo e açúcar 20 por cento entre Outubro e Janeiro, de acordo com o BM.

Os países industrializados, como os Estados Unidos, estão protegidos destes aumentos de preços, porque aí a matéria-prima representa uma pequena parte dos custos totais dos produtos alimentares.

Mas em muitos dos países em desenvolvimento, a variação dos preços é transmitida de forma mais drástica. Assim, entre Junho e Dezembro, o preço do trigo aumentou 54 por cento no Quirguistão, 45 por cento no Bangladesh e 16 por cento no Paquistão, por exemplo.

Zoellick alertou ainda para a possibilidade de o aumento dos preços poder reforçar a instabilidade política em países como a Tunísia e o Egipto. Ambos são grandes importadores de trigo e o aumento dos preços pode agravar a instabilidade social quando os países preparam a instalação de novos regimes políticos, pormenorizou.

«É onde o sistema internacional tem de estar ciente destas questões e tentar fazer coisas que pelo menos não exacerbem os preços da alimentação», recomendou.

Lusa / SOL
 
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