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"Olho vivo" não perde de vista direitos das minorias

florindo

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Imigrantes, sem-abrigo, comunidade cigana, pobres, excluídos e toda a sorte de cidadãos que não conseguem fazer ouvir a sua voz e valer os seus direitos, por pertencerem a grupos sociais minoritários, têm no Núcleo de Viseu da Olho Vivo uma sentinela em alerta permanente.

É assim há 10 anos. Altura em que a associação, de âmbito nacional, que também dedica grande atenção aos problemas relacionados com a defesa do ambiente e do património, decidiu instalar-se em Viseu. Carlos Vieira e Castro, conhecido activista de causas sociais, é o rosto mais visível na coordenação dos voluntários empenhados nas diversas actividades.

"A criação do núcleo aconteceu quando um punhado de viseenses, preocupados com o património da cidade, se organizou para defender os candeeiros de ferro forjado, da escola do mestre Malho, que a Câmara Municipal começara a substituir nas ruas do centro histórico, bem como os candeeiros de ferro fundido na Rua Luís Ferreira, de estilo Arte Nova, que caracteriza a arquitectura dos mais belos prédios da alcunhada Rua do Comércio", explica Carlos Vieira e Castro.

A denúncia do "atentado" ao património atraiu a atenção dos media, "salvou" alguns exemplares em ferro forjado, ainda hoje presentes em ruelas do centro histórico, e justificou a criação em Viseu do Núcleo da Olho Vivo.

Nos últimos 10 anos, a associação liderou ou participou em eventos a nível regional, embora muitos de dimensão nacional, envolvendo questões que vão desde a defesa do ambiente à luta pela paz. Mas é a nível local que as posições tomadas têm maior visibilidade.

"A Olho Vivo teve um papel activo na luta dos viseenses pela musealização do troço da muralha romana descoberta, em 2004, na Rua Formosa, considerado o mais importante a seguir ao de Conímbriga", sublinha o dirigente, que embora não totalmente satisfeito com a fórmula encontrada para o proteger [sob uma placa de vidro que lhe retira visibilidade], congratula-se pelo recuo do IPPAR na pretensão de enterrar aquelas ruínas históricas.

"Apesar do âmbito abrangente da associação e da preocupação que temos relativamente a questões ambientais e culturais, o que mais nos mobiliza, até por força da actual crise social, tem sido a defesa dos direitos dos mais excluídos", sublinha o dirigente.

Nesta linha, já são dois os casos de sem-abrigo que a Olho Vivo ajuda a retirar da rua. "Ambos dormiram ao relento durante cerca de três meses, mesmo depois de os seus casos chegarem ao conhecimento de instituições do Estado e da Igreja", lamenta Carlos Vieira.

Sempre de braços abertos para apoiar a integração de imigrantes, seja na resolução de questões burocráticas ou na denúncia de casos de xenofobia, a Olho Vivo também tem dedicado grande parte da sua actividade na defesa dos direitos de cidadania da comunidade cigana. "Preocupa-nos, sobretudo, alguns casos de discriminação no acesso à habitação e à educação", conclui.

Jornal de Notícias
 
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