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A Europa não pode assustar assim
O campeão nacional sente-se estranho na Europa. O Benfica 2010/11 demorou 45 minutos a entender quem é no Continente, encolheu-se como Portugal parece encolhido aqui no canto do território. Mas cresceu, tanto que a imagem final na vitória sobre o Estugarda nesta primeira mão engana e deixa um sabor amargo de que o resultado final podia ser outro. Mas quem dá meia parte ao adversário sujeita-se.
Nervosa a equipa, o público e até o árbitro
O Benfica começou assustado. Não só pela bola na barra enviada por Harnik, mas sobretudo porque estava a jogar uma competição europeia. O que não se percebe em quem tem tamanho historial no Velho Continente. É que não se pode olhar apenas para as duas Taças dos Campeões Europeus, nem para as finais perdidas, seja na prova rainha, seja na antiga Taça UEFA. E os jogos, as noites de glórias, a experiência, enfim, o currículo de um dos clubes com mais partidas nas competições internacionais? O Benfica precisava reencontrar-se, rapidamente, com exibições na Europa que ecoam do passado, que ficam na memória. Mas em 45 minutos frente ao Estugarda andou muito longe disso, de uma noite infernal na Luz, que atemorizasse os «convidados». Era um Benfica de Champions 2010/11 e o que de mau isso implicava.
Os encarnados começaram encolhidos, estranhamente encolhidos, perante uma equipa que soube como explorar os espaços abertos. Hajnal, Harnik e Okazaki formavam um trio a meio-campo que tinha tanto de trabalho como de bola ao primeiro toque. Baralharam as marcações das águias e, enquanto alguém pisca os olhos, tinham uma bola na trave, um remate defendido com dificuldade por Roberto e um golo. Um daqueles que pode valer uma eliminatória, num chapéu perfeito de Harnik.
Mais problemática foi a reacção encarnada. As pernas tremiam na Luz, até porque o nervosismo se instalava, pelo que a equipa demonstrava, e por aquilo que ditava o apito do árbitro do encontro e auxiliares. Não explica a exibição do Benfica, claro, mas ao fim de uma parte de jogo já tinha decisões mais que suficientes para sair com as orelhas a arder. A maior parte pequenas, mas o lance de Coentrão, na área alemã, pareceu mal decidido logo à primeira. No entanto, outro dado fica dessa jogada, que espelha a pouca profundidade encarnada: foi a primeira vez que o lateral entrou na área contrária, o que diz muito do desempenho encarnado.
Acordaram a meio da noite
A segunda parte trouxe os mesmos onzes e um Benfica diferente para melhor. Comecemos pelo barómetro do encontro: Gaitán subiu de nível (o argentino depois passou para direita) e, finalmente, a bola chegava junto a Ulreich, um guarda-redes que andou tranquilo no primeiro tempo, mas que no segundo aplicou-se. Para infelicidade do Benfica, saiu como uma das figuras do encontro. Da eliminatória, ainda é incerto para dizer.
Em 15 minutos que teve o intervalo na Luz, o Benfica despertou. É certo que o espaço entre Luisão/Sidnei e Roberto era maior. O risco era esse, mas também é verdade que o Estugarda mostrava que não defende tão bem quanto ataca. Talvez seja por isso que é penúltimo na Bundesliga, talvez fosse isso que as águias devessem ter percebido desde o minuto um. Só o fizeram a partir do 46, mas muito tempo de mudar a eliminatória, graças a um golo de Cardozo. O Tacuara não deu as mesmas hipóteses que Aimar (duas vezes) e Gaitán deram a Ulreich, em lances que faziam adivinhar o 1-1. Quando Jara (ou Cardozo) fez o 2-1 confirmava-se que o Benfica acordara do susto a meio da noite.
Isso torna ainda mais inexplicável aqueles 45 iniciais. No final, o Benfica leva uma vantagem para a Alemanha. Nunca lá venceu, mas também não há necessidade de ir para Estugarda com o temor que o poste de Roberto causou após a livre de Elson e que a primeira parte encarnada denotou. Sim, porque a segunda e o rol de ocasiões mostraram que estes encarnados são bem capazes para os alemães.
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O campeão nacional sente-se estranho na Europa. O Benfica 2010/11 demorou 45 minutos a entender quem é no Continente, encolheu-se como Portugal parece encolhido aqui no canto do território. Mas cresceu, tanto que a imagem final na vitória sobre o Estugarda nesta primeira mão engana e deixa um sabor amargo de que o resultado final podia ser outro. Mas quem dá meia parte ao adversário sujeita-se.
Nervosa a equipa, o público e até o árbitro
O Benfica começou assustado. Não só pela bola na barra enviada por Harnik, mas sobretudo porque estava a jogar uma competição europeia. O que não se percebe em quem tem tamanho historial no Velho Continente. É que não se pode olhar apenas para as duas Taças dos Campeões Europeus, nem para as finais perdidas, seja na prova rainha, seja na antiga Taça UEFA. E os jogos, as noites de glórias, a experiência, enfim, o currículo de um dos clubes com mais partidas nas competições internacionais? O Benfica precisava reencontrar-se, rapidamente, com exibições na Europa que ecoam do passado, que ficam na memória. Mas em 45 minutos frente ao Estugarda andou muito longe disso, de uma noite infernal na Luz, que atemorizasse os «convidados». Era um Benfica de Champions 2010/11 e o que de mau isso implicava.
Os encarnados começaram encolhidos, estranhamente encolhidos, perante uma equipa que soube como explorar os espaços abertos. Hajnal, Harnik e Okazaki formavam um trio a meio-campo que tinha tanto de trabalho como de bola ao primeiro toque. Baralharam as marcações das águias e, enquanto alguém pisca os olhos, tinham uma bola na trave, um remate defendido com dificuldade por Roberto e um golo. Um daqueles que pode valer uma eliminatória, num chapéu perfeito de Harnik.
Mais problemática foi a reacção encarnada. As pernas tremiam na Luz, até porque o nervosismo se instalava, pelo que a equipa demonstrava, e por aquilo que ditava o apito do árbitro do encontro e auxiliares. Não explica a exibição do Benfica, claro, mas ao fim de uma parte de jogo já tinha decisões mais que suficientes para sair com as orelhas a arder. A maior parte pequenas, mas o lance de Coentrão, na área alemã, pareceu mal decidido logo à primeira. No entanto, outro dado fica dessa jogada, que espelha a pouca profundidade encarnada: foi a primeira vez que o lateral entrou na área contrária, o que diz muito do desempenho encarnado.
Acordaram a meio da noite
A segunda parte trouxe os mesmos onzes e um Benfica diferente para melhor. Comecemos pelo barómetro do encontro: Gaitán subiu de nível (o argentino depois passou para direita) e, finalmente, a bola chegava junto a Ulreich, um guarda-redes que andou tranquilo no primeiro tempo, mas que no segundo aplicou-se. Para infelicidade do Benfica, saiu como uma das figuras do encontro. Da eliminatória, ainda é incerto para dizer.
Em 15 minutos que teve o intervalo na Luz, o Benfica despertou. É certo que o espaço entre Luisão/Sidnei e Roberto era maior. O risco era esse, mas também é verdade que o Estugarda mostrava que não defende tão bem quanto ataca. Talvez seja por isso que é penúltimo na Bundesliga, talvez fosse isso que as águias devessem ter percebido desde o minuto um. Só o fizeram a partir do 46, mas muito tempo de mudar a eliminatória, graças a um golo de Cardozo. O Tacuara não deu as mesmas hipóteses que Aimar (duas vezes) e Gaitán deram a Ulreich, em lances que faziam adivinhar o 1-1. Quando Jara (ou Cardozo) fez o 2-1 confirmava-se que o Benfica acordara do susto a meio da noite.
Isso torna ainda mais inexplicável aqueles 45 iniciais. No final, o Benfica leva uma vantagem para a Alemanha. Nunca lá venceu, mas também não há necessidade de ir para Estugarda com o temor que o poste de Roberto causou após a livre de Elson e que a primeira parte encarnada denotou. Sim, porque a segunda e o rol de ocasiões mostraram que estes encarnados são bem capazes para os alemães.
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