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Acidentes com tractores são 'um dos maiores dramas' da agricultura portuguesa

florindo

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Out 11, 2006
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O dirigente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) João Dinis usou hoje expressões com «drama» e «tragédia» para se referir aos acidentes com tractores agrícolas, que atribuiu, em parte, ao excesso de trabalho dos operadores.

«É um dos maiores dramas da agricultura português» com contornos de «tragédia», afirmou o dirigente associativo.

Num mundo rural em crescentes dificuldades para sobreviver, «há alturas do ano em que os agricultores são obrigados a trabalhar 15 e 20 horas diárias, o que traz problemas de cansaço, gerando acidentes», afirmou João Dinis, lembrando que o tractor agrícola é «uma máquina extraordinária, mas também muito perigosa».

Para o dirigente, «é preciso melhorar a situação geral da agricultura, para que os lavradores não se sintam obrigados a trabalhar em horários intensíssimos».

Uma maior e melhor aposta na formação é outra preocupação da CNA, que também se abalançou nessa área e que exorta o Governo a acabar com «taxas e alcavalas» que acabam por onerar as formações financiadas pela União Europeia.

Neste particular, o presidente da Associação de Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), José Cordeiro, defendeu cursos de formação mais simples para agricultores-tractoristas, menos voltados para as questões mecânicas e mais para a prevenção do acidente.

José Cordeiro citou o aforismo «água mole em pedra dura tanto dá até que fura» para defender que, em vez de cursos de 200 horas, «em que quase querem transformar os agricultores em mecânicos», deveria optar-se por cursos mais ligeiros e centrados nas questões de segurança.

João Dias concordou e acrescentou que as formações devem também adequar-se às situações específicas e às realidades locais, nomeadamente nas regiões com grande declive, «onde o mínimo descuido é fatal».

Dados da Associação Automóvel de Portugal indicam que em 2010 se matricularam no país 5.517 tractores (mais seis por cento do que em 2009), máquinas já equipadas com arco de segurança, que podem evitar o esmagamento dos condutores em caso de capotamento, e com cinto de segurança.

«Mas muitas vezes os donos arrancam esses equipamentos e, quando o acidente se dá, numa máquina sem suspensão e robusta, não há salvação possível», admitiu o presidente da AJAP, que recusa uma resposta repressiva a estas situações, insistindo a via pedagógica.

João Dinis anuiu, mas optou alguma desculpabilização, afirmando que quem lavra a terra com um tractor «tem de olhar constantemente para trás e para os lados», pelo que «andar manietado não dá grande jeito».

Ainda assim, o dirigente da CNA garantiu que o parque português de tractores agrícolas é ainda antigo e, por isso, mais gerador de acidentes.

Registos de imprensa reportados aos últimos 13 meses indicam uma taxa de mortalidade muito alta (pelo menos 30 mortos em 44 acidentes) nos acidentes com tractores agrícolas.

Lusa / SOL
 
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