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Bloco de Esquerda acusa Governo de admirar "tiranos"

florindo

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O Bloco de Esquerda acusou esta quarta-feira o Governo de admirar "tiranos" e de se remeter a "silêncios" em matéria de política externa, tendo o PS recusado lições de um partido "inspirado" em regimes que provocaram o sofrimento de muitas pessoas.

Numa declaração política no plenário da Assembleia da República, o deputado bloquista José Manuel Pureza começou por condenar as "exibições de barbárie" verificadas na Líbia e acusou a Europa de "desertar da luta pelos direitos humanos", referindo-se depois especificamente ao Governo português.

"Mas que os nossos governantes declarem a sua admiração pelos tiranos, que façam de figurantes nas suas operações de relações públicas, que enviem Forças Armadas para abrilhantarem o cerimonial do regime, que contribuam para ocultar a realidade da pobreza que é imposta a estas populações, isso é totalmente insuportável", afirmou o deputado, lembrando que José Sócrates qualificou o líder da Líbia, Kadafi, como um "líder carismático".

O líder parlamentar do Bloco criticou ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros, por Luís Amado ter advertido primeiro "contra os riscos de extremismo islâmico por trás das manifestações populares que exigiam a democracia", antes de condenar os "massacres", afirmando depois que o Governo "coloca-se sempre do lado dos silêncios" e da "obediência a interesses particulares".

Durante a sua declaração, o bloquista chegou mesmo a citar a eurodeputada socialista Ana Gomes: "Como disse muito acertadamente a eurodeputada Ana Gomes, 'se há perigo fundamentalista ou terrorista, ele resulta do apoio a Kadafi e à sua ditadura sanguinária'".

Na resposta, o líder parlamentar do PS começou por concordar com a condenação da situação daquele país, mas acusou o Bloco de aproveitar a Líbia para "mais uma vez" atacar a Europa, o Governo, o PS e o primeiro-ministro "de uma forma totalmente inaceitável".

"Há uma coisa que nós não aceitamos, que é receber qualquer valorização dos direitos humanos, de respeito pelos princípios fundamentais da liberdade e da democracia vindos da bancada do Bloco de Esquerda. Por uma razão muito simples: Por respeito pelo nosso passado e por respeito pelo passado de muitos que sofreram por esse planeta fora o resultado de muitas políticas que também inspiraram o Bloco de Esquerda", afirmou Francisco Assis.

O líder da bancada socialista acusou Pureza de fazer uma "verdadeira declamação", "vazia e sem sentido", sem enunciar "um único princípio válido de politica externa aplicável" àquele país ou a qualquer outro."

"O que é que resultaria se dessa declamação resultassem consequências de ordem prática. Com quem manteríamos nós relações diplomáticas. Que tipo de relações diplomáticas manteríamos com a maior parte dos países do mundo, nomeadamente onde subsistem regimes que inspiraram muito tempo os partidos que estiveram na base da constituição do próprio Bloco de Esquerda", reiterou, acusando o deputado bloquista de ir "além da irreal politik".

Jornal de Notícias
 
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