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Consumo de combustíveis deverá cair 5% - Presidente da BP

florindo

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Os consumidores têm de se convencer de que «o tempo da energia barata acabou», alerta o presidente da BP Portugal em entrevista ao SOL, frisando que «o preço dos combustíveis não deverá voltar a baixar de 1 euro por litro». Mas Francisco Vieira também não antecipa «grandes subidas nos próximos tempos».

Qual o balanço que faz da actividade da BP Portugal em 2010?

Foi um ano difícil, mas em que cumprimos os objectivos principais. Passámos por projectos de reestruturação ao mesmo tempo que consolidámos a posição.

Quais os resultados?

Ainda não fechámos as contas do ano passado, mas estarão em linha com as expectativas.

Mesmo com a crise?

Não nego que a crise nos esteja a afectar.

Os portugueses estão a consumir menos combustíveis?

Sim, embora em 2010 o mercado ainda não tenha variado muito negativamente. E nós também conseguimos manter mais ou menos os níveis de venda. Tal não significa que os clientes não estejam a adaptar os padrões de consumo, sobretudo com os preços de venda mais elevados.

Em quanto é que se pode prever a quebra no consumo este ano, em termos de mercado?

Sem querer fazer futurologia, não me espantaria que se pudesse reduzir entre 4% e 5%, o que são valores muito significativos se vistos à escala nacional. Vai depender muito da evolução do preço dos combustíveis nos próximos meses.

Há quem fale que o petróleo pode chegar este ano aos 200 dólares por barril.

Isso seria o descalabro para a economia mundial. Não faço ideia a quanto vai chegar, mas uma coisa não irá acontecer de certeza, que é voltar a 30 dólares por barril. O tempo da energia barata já passou, como muitos têm dito.

Em quanto deverá ficar o preço dos combustíveis por litro?

Não é nada provável voltarmos a ter preços abaixo de um euro por litro. Mas também não se esperam grandes subidas. É expectável que se mantenha uma tendência de ciclos, em que os preços vão variando numa banda. Ainda assim, a história tem demonstrado, como no caso mais recente da Líbia, que a previsibilidade é cada mais volátil.

Há ou não concorrência no mercado de combustíveis?

É óbvio que há. Este é um mercado perfeitamente transparente, na forma como os preços são construídos, sendo regulado e vigiado pelas autoridades. Não me sento com ninguém de companhias concorrentes para combinar os preços da semana que vem. As pessoas podem constatar que os preços são muito parecidos, mas isso é fruto do mecanismo estrutural em que se baseia a construção dos produtos petrolíferos refinados, que é um mercado completamente internacional.

Os consumidores queixam-se de que as companhias são mais rápidas a reflectir o aumento do que a descida do custo da matéria-prima no preço final...

Percebo a preocupação da opinião pública quanto a um suposto aproveitamento das companhias petrolíferas para maximizarem as suas margens com estes desfasamentos. Mas rejeito, em absoluto, que haja um aproveitamento com impacto significativo no bolso dos consumidores. Nem sempre há uma relação directa entre os preços da matéria-prima e os dos produtos refinados e são estes que tentamos reflectir.

Mas as petrolíferas continuam a registar elevados lucros. Como é que se explica?

Os preços estarem mais altos ou mais baixos não significa necessariamente que as companhias estejam a ganhar mais ou menos. Na realidade, quando os preços estão mais altos nos postos, para as companhias petrolíferas o efeito perverte-se, porque o consumo retrai-se e as margens são mais esmagadas.

O mercado português é sobretudo de gasóleo. Com o fim das isenções nos biocombustíveis e a subida de preços, antecipa que a gasolina volte a crescer?

O que se pode verificar é uma retracção no consumo, proporcional, e que no caso do gasóleo possa ser mais grave. Não creio que o balanço entre gasolina e gasóleo se vá alterar, até porque o gasóleo continua a aumentar no mix energético.

SOL
 
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