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Angola: "Polícia perguntou-me porque estava revoltada com sistema"

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Out 11, 2006
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A jornalista do "Novo Jornal", Ana Margoso, detida em Luanda, quando acompanhava uma manifestação anti-governamental, disse que durante o interrogatório várias vezes lhe foi questionado "por que é que está revoltada com o sistema?".

Em declarações à Agência Lusa, Ana Margoso, que fazia parte de uma equipa de jornalistas do "Novo Jornal" destacados para cobrir a manifestação marcada, explicou que foi detida com os seus colegas quando conversavam no Largo da Independência com um grupo de jovens ali reunidos "para declamar poemas e conversar".

O Largo da Independência foi o local escolhido para a realização de uma manifestação anti-governamental, convocada na Internet, nas redes sociais e SMS, para esta segunda-feira em Luanda.

"Estávamos a dar uma volta pela cidade para ver qual era o clima, depois de às 19 horas (18 horas de Lisboa) termos recebido uma mensagem no telefone, sobre a concentração, no Largo da Independência, de um grupo de jovens, para a declamação de poemas", disse Ana Margoso.

Segundo a jornalista, quando a equipa do "Novo Jornal" já se encontrava no Largo da Independência, onde já estava uma equipa da polícia, surgiu no local, cerca da meia-noite, um grupo de 12 jovens.

Ana Margoso salientou que, passados alguns minutos, a polícia foi ter com o grupo, informando-os que não podiam estar ali àquela hora, pedindo para se retirarem.

"Os jovens responderam que estavam ali apenas para conversar, declamar alguns poemas", referiu Ana Margoso, acrescentando que cinco minutos depois o local estava cercado por polícias, incluindo, segundo a jornalista, a comandante interina do comando provincial de Luanda da Polícia Nacional, Elisabete Rank Frank, "Bety".

"Foi dada voz de detenção e fomos levados para a direcção provincial da polícia de investigação criminal (DPIC) de Luanda, inclusive um taxista que passava no local e parou para saber o que se passava", contou a jornalista.

Já na DPIC, o grupo foi submetido, separadamente a um interrogatório, tendo a jornalista sido levada para uma cela, onde se encontrava sozinha, e com visitas regulares de investigadores, que lhe colocavam várias questões.

"Fui separada do grupo, levaram-me para uma sala onde os investigadores da DPIC, estiveram a falar comigo por alguns bons minutos, queriam saber da minha actividade profissional e do meu envolvimento com alguns políticos da oposição e porque razão é que eu estava revoltada com o sistema, foi uma das perguntas que um dos indivíduos me fez, uma vez que o meu pai é do MPLA", disse Ana Margoso, que disse não ter sido maltratada fisicamente, apenas foi obrigada a limpar a cela.

A jornalista esclareceu à Lusa que foram detidas 17 pessoas no total, incluindo os quatro repórteres do "Novo Jornal", mas todos foram libertados a meio da manhã em Luanda.

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