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O líder do BE, Francisco Louçã, condenou hoje a «distorção» das remunerações nos cargos de chefia da TAP e de outras empresas públicas, em linha com a «mentira enorme» da «repartição dos sacrifícios».
«O Presidente da República toma posse na próxima quarta-feira e durante os cinco anos do mandato para o qual foi eleito para Presidente por todos os portugueses, vai receber o que o presidente da TAP recebe. Há, portanto, uma distorção enorme nos cargos de chefia da TAP, como doutras empresas públicas, com esta mentira enorme que é a repartição dos sacrifícios», afirmou Louçã aos jornalistas.
O coordenador do Bloco esteve hoje reunido com a comissão de trabalhadores da TAP, na sequência de contactos previstos com representantes dos trabalhadores de empresas públicas que poderão ser privatizadas.
Louçã foi confrontado com a notícia do Diário Económico, segundo a qual a TAP aumentou pelo menos 15 cargos de chefias em Janeiro em subsídios de funções em terra, nalguns casos até 75,6 por cento.
«Resta esclarecer do que é que se trata. Se se trata simplesmente do valor de cartões de crédito que foram agora somados aos salários percebemos o que era a folga que existia nos cargos de chefia desta empresa», disse Louçã, matéria sobre a qual a comissão de trabalhadores não se quis pronunciar.
Louçã sublinhou que aos trabalhadores da transportadora aérea «vai ser cortada uma parte do subsídio de Natal e do subsídio de férias», numa «punição contra os trabalhadores feita em nome de uma injustiça de administrações que se fazem a si próprias como Midas».
«É talvez essa desigualdade na sociedade portuguesa que tanta indignação cria», acrescentou.
Os encontros que Francisco Louçã tem previstos com representantes dos trabalhadores de empresas públicas destinam-se a «conhecer em profundidade o que se está a passar em empresas estratégicas e, em particular, em empresas que vão ser privatizadas, ou cuja privatização é ameaçada».
«A privatização, a destruição do interesse estratégico nacional aumenta o défice e vamos pagar em impostos aquilo que perdemos em capacidade de melhorar a nossa economia», argumentou.
Para Louçã, se a situação é «tão difícil» era preciso haver «coragem para tomar medidas com justiça económica e com clareza do ponto de vista orçamental», contestando este «efeito de dominó, de perdas atrás de perdas, que temos vindo a identificar em tantas empresas, dos transportes aéreos, dos caminhos de ferro, em empresas como a EDP, do sector da eletricidade, ou outras, que são decisivas para o país e que estão a ser destruídas».
SOL/Lusa