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O Banco Central Europeu (BCE) disse hoje que, na passada semana, não comprou dívida soberana, quando os responsáveis do banco insistem com os Governos para que aumentem as responsabilidades para resolver a crise de dívida da zona euro.
Depois de três semanas sem intervir no mercado, o BCE tinha comprado, na última semana de Fevereiro, 369 milhões de euros em dívida soberana, mas voltou esta semana a não intervir.
A compra de obrigações da zona euro no mercado secundário, por parte do BCE, sustenta os preços dos instrumentos de dívida e ajuda a baixar as taxas de juro que os países teriam de pagar.
Desde que o programa de compra de dívida arrancou em Maio de 2010, o BCE já comprou cerca de 77,5 mil milhões de euros em obrigações.
A suspensão das compras de instrumentos de dívida no mercado coincidiu com uma atitude mais firme face às pressões inflaccionistas que o BCE tomou na passada semana, quando o presidente do banco central, Jean-Claude Trichet, indicou que a instituição poderá aumentar no próximo mês as taxas de juro de referência.
Trichet sublinhou que as medidas «pouco convencionais» - incluindo a compra de dívida - deverão continuar, mas os analistas consideram que o BCE terá dificuldades em conciliar o programa de compra de obrigações com políticas monetárias mais restritivas.
Depois da suspensão da compra de dívida nas três semanas entre Janeiro e o início de Fevereiro, o banco voltou ao mercado na semana que terminou a 18 de Fevereiro, quando voltaram a aumentar os diferenciais (spreads) entre a dívida alemã e dos países mais frágeis da zona euro, incluindo Portugal.
O Conselho Europeu de Março vai avaliar a possibilidade do fundo europeu de resgate permanente - o Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira, que entra em vigor em 2013 - comprar dívida soberana dos países em dificuldades, deixando o BCE de ter esse papel.
Sol/Lusa