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Administração começou a propor saídas amigáveis aos seus funcionários. Dinheiro arrecadado com a venda da Vivo facilita a operação. Estado não irá ter encargos com estes colaboradores.
A Portugal Telecom (PT), a maior empresa de telecomunicações do país, vai enviar cerca de 600 trabalhadores para casa nos próximos meses, apurou o SOL. Fonte próxima do processo garantiu que a empresa irá garantir todas as despesas futuras com estes funcionários e que o Estado ficará livre de qualquer encargo enquanto ninguém optar pela reforma.
O fim dos contratos entre os funcionários e a entidade patronal está a ser proposto pela administração da empresa liderada por Zeinal Bava, através de acordos de rescisão por mútuo acordo, da suspensão da actividade e da entrada dos trabalhadores no regime de pré-reforma.
Por isso, todas as saídas serão efectuadas com o acordo prévio do trabalhador. O SOL sabe que nenhum será forçado a sair. Quem abandonar a empresa através da rescisão contratual por mútuo acordo receberá uma indemnização e não terá direito a subsídio de desemprego. Mas apenas aos trabalhadores com menos de 55 anos será oferecida esta possibilidade.
A partir deste patamar etário, a lei já permite que a empresa ofereça a possibilidade aos seus funcionários de saírem em regime de pré-reforma. Quem entrar nesta modalidade ou na de suspensão de actividade, irá receber da PT cerca de 80% do último salário até optar pela reforma.
Dinheiro da Vivo facilita
Nessa altura, será o Estado a garantir os rendimentos. Recorde-se que a PT chegou a acordo com o Governo, no final de 2010, para transferir o seu fundo de pensões para a Caixa Geral de Aposentações por um valor de 2,8 mil milhões de euros. Este negócio permitiu ao Executivo baixar o défice em 1,6%.
«A administração já nos informou que irá tomar esta medida, justificando-a com a extinção de postos de trabalho dentro do grupo», confirmou ao SOL o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Portugal Telecom, Jorge Félix. «Felizmente, não temos tido despedimentos unilaterais».
Segundo o presidente do sindicato, a empresa tem prescindido desta medida nos últimos tempos. Contudo, o encaixe financeiro de 7,5 mil milhões de euros que a PT obteve com a venda da brasileira Vivo à espanhola Telefónica deu músculo financeiro para a empresa avançar com esta estratégia.
Lucros recorde
Fonte oficial da PT disse que esta medida é habitual no seio da Portugal Telecom, mas escusou-se a avançar com os valores que o Grupo irá despender com este processo.
A venda da Vivo permitiu à telecom terminar 2010 com um resultado líquido de 5.672 milhões de euros, o lucro mais elevado de sempre atingido por uma empresa cotada na bolsa portuguesa.
No final de 2009, a Portugal Telecom contava nas operações domésticas com cerca de 11 mil trabalhadores.
SOL