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As expectativas da esquerda face ao novo mandato presidencial de Cavaco Silva, que quarta-feira se inicia, dividem-se entre a «estabilidade» e o «comprometimento com o sistema», enquanto a direita espera uma «magistratura activa» e «surprapartidária».
O Presidente da República, Cavaco Silva, toma posse na quarta-feira, pelas 15h30.
O líder parlamentar do PS, Francisco Assis, associa o «perfil» e a «história política» de Cavaco Silva à «estabilidade política e institucional» do país e manifesta a expectativa de que essa «actuação» prossiga no segundo mandato.
«Na discussão que antecedeu a aprovação do Orçamento do Estado foi notória a sua preocupação com a estabilidade e são conhecidas as suas intervenções no sentido de, nesse caso, promover essa mesma estabilidade», considerou Assis à Lusa.
O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, não acredita que o Presidente da República encetará uma crise política, considerando que deverá manter-se fiel ao primeiro «mandato muito interventivo» que protagonizou, nomeadamente, com uma «posição muito conservadora» em matéria de costumes.
«Em contrapartida, nas questões sociais e económicas, procurava manter o curso que o Governo tem vindo a definir e que o PSD aderiu. Parece-me bastante provável que o PR possa continuar na mesma senda», afirmou.
Para o líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, «ainda está por definir qual vai ser o verdadeiro posicionamento do Presidente», sobretudo se irá «manter uma linha de concertação estratégica com o Governo para fazer politica ou se vai ceder e apoiar as aspirações de poder dos partidos que apoiaram a sua reeleição».
«Numa solução ou noutra, dali não virá uma alteração da politica de direita, seja numa forma ou noutra, porque se apoiar o Governo é para apoiar esta política e se promover a direita é para apoia-la também embora com outros protagonistas», argumentou.
De acordo com 'Os Verdes', «Cavaco Silva é um homem comprometido com este sistema» e no próximo mandato «não vai ferir o sistema», defendeu a deputada Heloísa Apolónia, que qualificou de «pouco tolerante» o discurso de vitória do Presidente.
«Quer PS quer PSD estão orientados da mesma forma e Cavaco está com eles», sustentou.
Já o secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, espera «um mandato suprapartidário por parte do Presidente da República e de acompanhamento, no âmbito das suas competências, em relação aos outros órgãos de soberania».
«São as expectativas de ser um Presidente da República que refrescou e re-ligitimou o seu mandato com uma maioria muito significativa, eleito à primeira volta», afirmou.
O líder do CDS-PP, Paulo Portas, tem a expectativa de um segundo mandato marcado por uma «magistratura activa», sobretudo nas questões sociais e de Justiça.
«O Presidente da República, sobre quem existe uma presunção de isenção, é o único órgão de soberania - porque é votado directamente pelo povo - que pode fazer uma intervenção na Justiça, que precisa abundantemente», defendeu Paulo Portas.
Lusa/SOL