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- Out 11, 2006
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Dezenas de matrafonas desfilaram, terça-feira, no Carnaval de Torres Vedras para cumprirem a tradição de eles se mascararem de elas durante o Entrudo, e este ano foi também uma forma de assinalar o Dia Internacional da Mulher.
"Temos de dar valor à mulher porque não é nada fácil andar de salto alto, collants com este frio, cabelos nos olhos e até a barriguinha de grávida", diz David Roque, mascarado de cabeleira comprida, mini-saia e botas até ao joelho de salto alto.
De barba rija por baixo da maquilhagem e com as mais variadas indumentárias e peitos crescidos, eles mantêm a tradição de se mascararem de "femmes fatales", ou como diz o povo de matrafonas no Dia Internacional da Mulher, na cidade onde a rainha do Carnaval é também um homem.
Longe dos tempos em que revirava o guarda-roupa das mulheres da família, hoje já recorre à loja para comprar "uma toilette de matrafona para cada dia", refere, acrescentando que todos os anos é a esposa que o maquilha.
Depois de cinco dias e quatro noites de folia, Luís Rodrigues, a desfilar de chapéu de praia e com uma galinha pela trela, conta que vai aproveitar hoje para levar a esposa a jantar no Dia Internacional da Mulher, porque tal como as outras matrafonas mascara-se "não para passar por mulher mas por brincadeira".
O corso dos carros alegóricos, conhecido pela sátira política, saiu hoje à rua pela última vez, juntando cerca de 10 mil visitantes, de acordo com as contas da organização.
Entre milhares de mascarados pelas ruas, os carros alegóricos fizeram desfilar Sócrates e Cavaco de tanga e o primeiro-ministro a ordenhar vacas magras.
Transformando a cidade numa verdadeira selva, o tema deste ano, Cavaco fez de "rei da selva" a apontar uma seta a Sócrates do cimo do trono, enquanto o gorila gigante do Fundo Monetário Internacional amedronta os dois políticos e um banqueiro falido pesam demasiado na balança do défice.
O Carnaval de Torres Vedras atraiu mais de 150 mil visitantes, mais do que em 2010, segundo os dados provisórios da organização.
O Carnaval custou este ano 500 mil euros, menos 100 mil que no ano anterior.
Jornal de Notícias