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MP acusa os etarras de Óbidos

florindo

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O Ministério Público (MP) acusou hoje os dois membros da organização terrorista ETA, em cuja casa de Óbidos foram, há um ano, encontrados vários quilos de explosivos, pela prática de vários crimes de terrorismo.

Andoni Fernandez e a Oier Gomez Mielgo, que foram identificados como tendo um longo historial de ligação à ETA, estão acusados, no total, de 13 crimes de falsificação, furto, detenção de arma proibida e resistência e coação sobre funcionário. Tudo «com vista à prática de terrorismo», aponta a acusação do MP, a que o SOL teve acesso.

A investigação do caso, que esteve a cargo do procurador Vítor Magalhães do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), começou quando a GNR comunicou à Polícia Judiciária, a 4 de Fevereiro do ano passado, que tinham sido encontrados diversos materiais explosivos dentro de uma vivenda em Óbidos.

Com as buscas então realizadas a esta casa, onde foram apreendidos «engenhos explosivos artesanais de grandes dimensões prontos a serem utilizados em atentados bombistas em larga escala», as autoridades constataram que aquele local constituía, segundo o MP, «um impressionante pólo de apoio logístico da organização terrorista basca».

Foi na mesma altura que os dois arguidos foram identificados como sendo os arrendatários da vivenda, passando a ser procurados desde então.

Apenas Andoni está detido: foi apanhado quando tentava fugir pelo aeroporto de Lisboa, com um passaporte falso mexicano. O outro membro da ETA agora acusado continua em parte incerta.

Durante as investigações, o DCIAP trocou informações com as autoridades espanholas sobre a actividade da organização terrorista. Outros três elementos da ETA, aliás, estavam já a ser investigados pela Polícia Judiciária portuguesa, tendo os respectivos inquéritos, entretanto, sido encaminhados para aquele país.

Andoni e Oier estavam em Portugal desde, pelo menos, 2006 ou 2007. Antes de alugarem a vivenda em Óbidos, tinham já estado a viver na zona da Lousã, e sempre com o mesmo propósito: utilizar estas residências como «base de apoio logístico e como forma de, a partir do território português, poder preparar, planear e desenvolver os seus ataques bombistas em território espanhol».

O segundo arguido foi, aliás, ligado a vários ataques deste tipo em Espanha, nomeadamente explosões de carros armadilhados em zonas urbanas.

Em Portugal, e segundo o MP, alugaram carros em vários pontos do país, tendo trocado matrículas e usado nomes falsos para o efeito. Também furtaram dois veículos, de marca Citroën, a que fizeram o mesmo.

Foi, aliás, por terem fugido de uma operação stop da GNR, na zona de Óbidos, que este caso se iniciou. Em vez de parar à ordem dos agentes, tentaram atropelar um deles e fugiram, tendo passado na vivenda de Óbidos apenas para recolher, ao que se supõe, documentos de identidade falsos. As portas foram deixadas abertas e foi na sequência disso que a GNR acabou por detectar a existência de material suspeito no interior.

Andoni Zengotitabengoa Fernandez, de 32 anos, tem um percurso associado ao separatismo basco, na kalle borroka (a luta de rua) desde 1996, quando em Elorrio-Vizcaya, juntamente com cinco outros elementos da ETA, atacou uma patrulha da Ertaintza, a polícia autonómica basca. Segundo o MP, «detém elevado nível de conhecimentos técnicos em matéria de explosivos, nomeadamente nos capítulos da experimentação e fabrico, sendo-lhe atribuída a preparação de manuais que versam aspectos químicos no contexto da manipulação e preparação de artefactos».

Já Oier Gomez Mielgo, que tem 27 anos, iniciou aos 17 a sua ligação à ETA (em 2000), quando foi detido pela polícia de Vitoria, em Espanha, pela prática de crime de terrorismo (incêndio da residência de um elemento da polícia nacional Espanhola com artefactos incendiários).

SOL
 
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