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Líbia: Conflitos e violência na Líbia têm-se agudizado nos últimos dias

florindo

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A Líbia está a registar, «nos últimos dias, uma agudização dos conflitos», e «uma escalada da violência», afirmou hoje, em Coimbra, António Guterres, esperando que «a comunidade internacional consiga, pelo menos, interromper esta carnificina».

Os últimos dias naquele país «testemunham uma agudização, uma escalada dos conflitos, com uma violência e um número de vítimas de que temos apenas uma ideia aproximada», sublinhou o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que falava aos jornalistas à margem da cerimónia de atribuição, pela Universidade de Coimbra (UC), do grau de doutor honris causa a Amartya Sen, Nobel da Economia em 1998.

Embora não possa exprimir o seu «pensamento político» sobre a situação na Líbia e o papel dos outros países, António Guterres considera «essencial que a comunidade internacional consiga, pelo menos, interromper esta carnificina» e que «seja possível, de uma vez por todas, acabar com uma situação que está a causar um sofrimento terrível».

Esse sofrimento atinge a população líbia e «mais de um milhão e meio de trabalhadores de outros países que vivem na Líbia e alguns refugiados, nomeadamente da Somália, da Eritreia e da Palestina», que também residem naquele país, salienta o Alto Comissário.

Mas «se a comunidade internacional não conseguir - ou não conseguir tão rapidamente quanto desejaríamos - acabar com o sofrimento na Líbia», António Guterres apela que ela se mobilize no sentido de dar «uma ajuda humanitária eficaz às populações que estão a fugir da Líbia» e se possível ainda no interior deste país.

Além disso, adverte, importa também apoiar os países vizinhos, nomeadamente o Egipto e a Tunísia, que, com «uma enorme generosidade, abriram as fronteiras - e, numa crise, a coisa mais importante é fronteiras abertas».

O Egipto e a Tunísia têm acolhido refugiados e «partilhado tudo», salienta António Guterres, recordando que viu, na Tunísia, «gente a levar comida, cobertores, colchões da suas casas, gente pobre dando tudo o que tinha e, porventura, o que não tinha, para ajudar as suas irmãs e os seus irmãos fugidos da Líbia».

Sobre a criação de uma zona de exclusão aérea, António Guterres lembra que a ACNUR, enquanto agência humanitária, não pode ter «uma posição sobre as posições políticas» da comunidade internacional, mas salienta que, «como cidadão do mundo», sente «uma grande frustração por esta carnificina continuar e, até agora não ter sido possível interrompê-la».

António Guterres lamenta, por outro lado, que a ACNUR ainda não tenha tido possibilidade de entrar na Líbia. «Nós temos um pequeno escritório em Tripoli, com alguns funcionários locais, que estão a trabalhar com enormes dificuldades», mas ainda não «temos membros internacionais da nossa organização» com acesso ao interior do país.

De todo o modo, por aquilo que a ACNUR vai tendo conhecimento, vivem-se situações de verdadeira «angústia» e «desespero» na Líbia, que revelam «o grau de sofrimento que se está a assistir» ali. «É terrível», conclui António Guterres.

Sol/Lusa
 
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