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O prémio Nobel da Economia em 1998 recebeu hoje a distinção de doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra (UC), numa cerimónia que decorreu, como manda a tradição, na Sala Grande dos Actos.
António Guterres, antigo Primeiro-ministro de Portugal e Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) foi o «apresentante» do homenageado.
Amartya Sen, visivelmente sensibilizado, afirmou-se «muito reconhecido» e «muito feliz» por passar a fazer parte da «grande e famosa Universidade de Coimbra», que, «desde há séculos», reúne «iluminados do mundo».
No discurso de elogio do doutorando, Teresa Carla Oliveira, sustentou que Amartya Sen é «um dos universitários mais influentes das últimas décadas».
As contribuições do Nobel da Economia, afirmou Teresa Carla Oliveira, não se relacionam apenas com a história do pensamento económico, mas também com «a teoria social e política num período em que os hegemónicos neo-Hobbesianos são os mercados globais, em vez de governos ou políticas soberanas».
Mas a atribuição de um doutoramento honoris causa não deve ser apenas um evento de «esplendor renascentista», advertiu a professora da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), defendendo que este tipo de cerimónia deve ser o momento para «reconhecer a nossa responsabilidade multidisciplinar, que é característica» da FEUC.
É essa responsabilidade multidisciplinar, sublinhou, que «deve fazer avançar as fronteiras que Amartya Sen abriu entre ética e economia, valores sociais e económicos e para realizar sociedades justas e eficientes».
António Guterres é, «antes de mais, um homem de cultura», salientou, por seu lado, Joaquim Romero de Magalhães, também catedrático da FEUC, no discurso de elogio do «apresentante» do homenageado.
O antigo primeiro-ministro de Portugal é um «político culto», mas «isso só acontece de quando em vez na política portuguesa», lamentou o orador.
«O mundo marcado por manifestações culturais seria outro» e «as coisas seriam certamente diferentes», sustentou Romero de Magalhães, citando Amartya Sen: «a melhor vacina contra a guerra está na cultura e na arte».
«Dito de outro modo: se os povos se comprazem na fruição da beleza não irão dilacerar-se em combates fatais», acredita Romero de Magalhães.
Sol/Lusa