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Moody"s baixa rating da dívida portuguesa em dois níveis

florindo

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Agência de notação financeira reduziu "rating" da dívida portuguesa de A1 para A3. A probabilidade de uma nova redução é maior do que um aumento. Os riscos de implementação da consolidação orçamental é uma das razões para o corte.
Portugal viu hoje o "rating" da sua dívida ser diminuído de A1 para A3 de acordo com a avaliação da agência Moody's. A perspectiva para a economia portuguesa é "negativa". As últimas medidas de austeridade anunciadas por José Sócrates na sexta-feira estão alinhadas com as novas considerações, diz a agência.

A decisão da Moody’s surge na véspera de Portugal tentar financiar-se num montante indicativo entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros, no primeiro teste nos mercados depois da cimeira em que foram dados os primeiros passos na reformulação dos mecanismos de ajuda financeira.

Quatro factores para baixar a dívida

São quatro os factores que a Moody's apresenta para esta revisão em baixa. O primeiro passa pelas previsões de crescimento limitados até que sejam implementadas as reformas estruturais no país. No médio prazo, o mercado laboral e o sistema judicial parecem ser os mais prejudicados.

O segundo ponto passa pelos riscos de implementação das metas orçamentais que Portugal estabeleceu de forma a conseguir cumprir, por exemplo, o seu défice de acordo com as promessas feitas a Bruxelas.

A possibilidade de o Executivo ter de gastar capital numa eventualidade, como na ajuda ao sector bancário ou a entidades estatais, também é apontada como um motivo para a acção da Moody's.

Por último, a agência de notação financeira adianta ainda que, se as difíceis condições de mercado que já levaram ao aumento dos custos continuarem a registar-se de forma sustentada, elas levarão ao enfraquecimento da possibilidade de cumprimento da dívida. A Moody's destaca as maiores dificuldades no caso de um aumento generalizado das taxas de juro, algo que é provável acontecer já em Abril, como admitiu Jean-Claude Trichet.

Mesmo que Portugal tenha acesso ao capital fornecido pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), apesar de uma potencial redução dos custos, as condições serão incertezas aquando de um novo acesso aos mercados de capital.

Além disso, as novas medidas divulgadas por Sócrates dão, segundo a Moody's, motivos para a nova classificação da dívida. "A expectativa da Moody's de que o aumento das receitas, a redução das despesas e as reformas estruturais definidas pelo Governo vão ser alcançados é uma consideração crítica que dá suporte ao 'rating' de A3".


É mais provável que "rating" volte a descer do que a subir

Caso venha a ser considerada uma nova alteração da classificação da dívida portuguesa, a probabilidade é de que a mesma seja uma revisão em baixa e não em alta. Isto porque os receios passam pelas taxas de juro que o país tem de pagar para aceder ao mercado e o impacto que elas terão na economia e ainda pelo sucesso governamental no alcance das metas orçamentais.

Para que a perspectiva passe a "estável" ou "positiva", é necessário que o défice orçamental caia mais do que o previsto e que o cenário do crescimento económico melhore.

Jornal de Negócios
 
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