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As mulheres portuguesas trabalham em média 39 horas semanais, menos duas horas que os homens, mas fazem mais 16 horas de trabalho não remunerado por semana relacionado com a família, diz um estudo da CGTP a que a Lusa teve acesso.
De acordo com um documento que vai hoje servir de base de discussão num seminário sobre o combate às desigualdades, os homens também trabalham em média mais duas horas e 45 minutos que o seu horário normal, mas trata-se de trabalho profissional pago.
O estudo da Intersindical foi elaborado com base em dados do INE e do Ministério do Trabalho, no âmbito das comemorações dos 150 anos do Dia Internacional da Mulher.
Segundo o documento, os horários de trabalho das mulheres variam conforme a actividade: 41 horas na agricultura e pescas, 40 na indústria e 39 horas nos serviços.
A maioria das mulheres trabalha nos serviços (74 por cento).
Na última década a percentagem de mulheres a trabalhar por turnos, aos fins de semana e à noite subiu de 30 para 40 por cento.
A CGTP refere no documento que ficam fora das estatísticas oficiais o prolongamento ilegal dos horários máximos legais ou convencionais, o não pagamento de horas extraordinárias, os aumentos dos ritmos de trabalho, a cada vez mais difícil conciliação entre a vida pessoal e familiar e a vida profissional.
Citando o inquérito ao emprego de 2005, o estudo refere que 39 por cento dos trabalhadores não tem possibilidade de alterar o horário de trabalho diário por razões familiares (começar e/ou terminar o dia de trabalho com uma diferença de pelo menos uma hora), sendo esta percentagem de 37 por cento para as mulheres e de 41 por cento para os homens.
Por outro lado, mais de metade dos trabalhadores (55 por cento), menos um ponto percentual no caso das mulheres, referiu não ser possível organizar o tempo de trabalho de maneira a ausentar-se dias inteiros por razões familiares.
Oitenta e dois por cento dos trabalhadores, no caso das mulheres é de 77 por cento, não se ausentou do trabalho devido a emergências familiares.
Quinze por cento dos trabalhadores, a percentagem sobe para 19 por cento no caso das mulheres, ausentou-se, mas não recorreram aos dias de licença previstos na lei.
Quatro por cento das mulheres e um por cento dos homens recorreram a licenças remuneradas, sendo as mesmas percentagens de 0,8 por cento e 0,4 por cento, respectivamente, no caso das licenças não remuneradas.
Só seis por cento dos trabalhadores com filhos até aos seis anos usaram a licença parental prevista na lei, oito por cento no caso das mulheres.
Lusa/SOL