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O deputado e dirigente socialista José Lello criticou esta quinta-feira a postura do Presidente da República, Cavaco Silva, que, acusou, «tem estado esfíngico, distante» perante a crise política.
José Lello defendeu também que o aumento do IVA admitido pelo PSD é só o começo da «agenda neo-liberal» dos sociais-democratas e avisou os «funcionários públicos que se cuidem».
«Do Presidente da República só esperamos que cumpra os seus poderes e não mais do que os seus poderes, mas o Presidente da República tem estado esfíngico, distante, como se não fosse nada com ele, mas é com ele», afirmou José Lello aos jornalistas.
De acordo com o deputado socialista, «o Presidente da República tem que ter um sentido de mediação institucional, o dom da palavra, o apelo ao melhor que têm os portugueses, à esperança».
«O senhor Presidente da República passou ao lado desta crise», acusou.
Sobre o anúncio da Presidência da República acerca do pedido de demissão do primeiro-ministro, José Sócrates, ter sido feito primeiro através de comunicado divulgado no site da Presidência, José Lello comentou: «O senhor Presidente da República agora é muito atreito às novas tecnologias, o que é bom. Dá um ar moderno, quanto à substância nada acresce».
Sobre o aumento do IVA admitido pelo PSD, o dirigente socialista deixou um aviso: «Os funcionários públicos que se cuidem, eles estão aí e a sanha neo-liberal está aí», afirmou, referindo-se ao PSD.
Para José Lello, o aumento do IVA vem juntar-se à «ameaça de encerramento de empresas públicas, departamentos públicos» numa «agenda neo-liberal» que quer «atacar tudo o que é público».
O aumento do IVA é, afirmou, «absolutamente intolerável, porque é um imposto que toca a todas a classes, designadamente aos mais desfavorecidos, que também consomem e consomem apenas até ao limiar do seu salário».
Segundo o deputado do PS, «não há grandes alternativas» que não sejam eleições antecipadas, «precipitadas de uma forma absolutamente irresponsável por santa aliança da extrema-esquerda à direita, sem atender ao interesse do país».
«Vejam-se já os juros a subirem para os 8,4 e a situação do país a desmerecer, com toda a imprensa internacional a apontar apenas um caminho a Portugal: a ajuda externa e o FMI», afirmou.
José Lello criticou o PSD pela sua «luta pelo poder, o deslumbramento para ver como são os gabinetes ministeriais», mas também os partidos de esquerda que não levam a nenhuma «solução construtiva».
SOL/Lusa