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A eurodeputada do PS, Elisa Ferreira, defendeu hoje que o chumbo do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) do Governo fez lembrar os filmes de piratas em que o navio se está a afundar e os piratas continuam a lutar.
«Há momentos que aquilo que se passa em Portugal faz lembrar os filmes de piratas em que o navio se está a afundar e os piratas andam em cima do barco a lutar com espadas e depois vão todos ao fundo», afirmou a eurodeputada eleita pelo PS, Elisa Ferreira.
Em declarações à Agência Lusa, à margem do debate sobre o futuro da União Europeia, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a ex-ministra do Ambiente defendeu que «há momentos em que tem que se ver o que é prioridade e deixar de lado se é do PS ou do PSD, que é muito pouco relevante quando comparado com a situação que o país está viver».
Segundo Elisa Ferreira, o chumbo do novo pacote de medidas de austeridade, que motivou o pedido de demissão do primeiro-ministro, José Sócrates, foi quase «morrer na praia», porque «o país estava no limite de ser o primeiro a aceder a um apoio na modalidade revista do fundo [Fundo Monetário Internacional] que apoiou a Grécia e a Irlanda ou de nem ter que recorrer a esse fundo e perdeu essa oportunidade».
Em relação ao futuro, a economista escusou-se a fazer previsões, realçando que «a margem de autonomia e a capacidade de decidir o futuro esmagou-se muito».
Mas, sublinhou, «é fundamental uma mudança de leitura para que os mercados deixem de operar na probabilidade do país falir», considerando que «se Portugal cai numa situação tão grave de pré-falência terá um custo de reputação gravíssimo, como aconteceu à América Latina».
O Presidente da República explicou na sexta-feira que as audições que manteve com os partidos ao longo do dia decorrem de uma imposição constitucional para a resolução das «dificuldades políticas» em que o país se encontra.
«Ouvi os partidos conforme a Constituição me impõe tendo em vista a resolução de uma situação política», afirmou, em declarações aos jornalistas à margem da inauguração de uma exposição.
Desta forma, acrescentou, está a cumprir as suas funções, «tendo em vista ultrapassar as dificuldades políticas em que o país se encontra».
Questionado se está optimista em relação ao desenlace da crise política provocada pela demissão na quarta-feira do primeiro-ministro, Cavaco Silva disse apenas que as conversas com os partidos decorreram com «normalidade».
Lusa / SOL