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O ex-Presidente brasileiro Lula da Silva vai dedicar o doutoramento 'honoris causa' pela Universidade de Coimbra ao seu antigo vice-Presidente, José Alencar, falecido na terça-feira, aos 79 anos, em São Paulo.
A decisão foi anunciada terça-feira pelo próprio Lula da Silva durante uma conferência de imprensa conjunta com a Presidente Dilma Rousseff, em Coimbra, apenas para jornalistas brasileiros.
Questionado sobre se a dor pela morte de José Alencar lhe tiraria a alegria de receber o título, Lula da Silva respondeu : "Não, porque o vou dedicar a ele".
Na mesma conferência de imprensa, a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que vai assistir à entrega do doutoramento 'honoris causa' de Lula da Silva, disse que foram decretados sete dias de luto no país e que o corpo de José Alencar será sepultado em Minas Gerais.
Dilma Rousseff, que antecipou o regresso ao Brasil para participar nas cerimónias funebres, cancelando os encontros que tinha previstos à tarde com o Presidente da República, Cavaco Silva e com o primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, disse na mesma conferência de imprensa, que "foi uma honra ter conhecido" José Alencar.
Por seu lado, Lula da Silva, que se emocionou e chegou a chorar, disse ter conhecido "poucas pessoas com a alma e a bondade" do seu ex-vice-Presidente.
"O Brasil perdeu um homem excepcional", sublinhou.
José Alencar morreu na terça-feira por falência múltipla de órgãos, aos 79 anos, em São Paulo.
Um dos empresários mais ricos do país, José Alencar lutava contra um cancro no abdómen há pelo menos 15 anos, mas o quadro agravou-se nos últimos meses.
Na última segunda-feira, o ex-vice-Presidente voltou a ser hospitalizado, depois de deixar o hospital no último dia 16, após ter ficado 34 dias internado.
Entre Novembro e Janeiro, José Alencar passou por diversas cirurgias e não ficou mais de seis dias seguidos fora do hospital.
Nos últimos anos, as sessões de quimioterapia e os internamentos fizeram parte da rotina de Alencar, que passou por pelo menos 17 cirurgias para extracção de tumores do cancro intestinal.
Lusa/ SOL