- Entrou
- Out 11, 2006
- Mensagens
- 38,987
- Gostos Recebidos
- 347
Magistrada de Madrid deu razão aos seis clubes que pediram medidas cautelares. Liga sem competência para alterar o calendário. Em causa, transmissão de jogos em sinal aberto.
Uma juíza de Madrid, Purificación Pujol, evitou um grave disparate prejudicial ao futebol espanhol ao aceitar a providência cautelar que pôs fim à ideia de greve nos dois principais escalões, no próximo fim-de-semana.
Na origem da acção judicial estava a decisão da Liga de Futebol Profissional de paralisar a 30.ª jornada da I Liga e 32.ª da II Liga, sábado e domingo, como medida de pressão sobre o Governo, visando a eliminação da obrigatoriedade semanal de transmissão de um jogo em sinal aberto. Com isto a Liga pretendia o aumento das percentagens das receitas da quiniela (equivalente ao totobola) e das outras apostas reservadas aos clubes.
No entanto, seis clubes da I Liga - Athletic Bilbao, Espanhol, Real Sociedad, Saragoça, Sevilha e Villarreal (G-6) - levaram o caso a tribunal, pedindo a adopção de medidas cautelares, devido à proximidade da convocatória de greve. A magistrada do tribunal de 1.ª instância número 63 de Madrid deu a razão ao G-6, argumentando a existência de situação jurídica estável, concreta, pacifica e aceite por todos, concretizada num calendário de jogos aprovado em Julho do ano passado e inalterável de forma drástica e repentina pela Liga, sem competência para o fazer. Em consequência, a juíza determinou a impossibilidade de modificar o calendário oficial da I e II Ligas na próxima jornada.
Liga mantém reivindicação
Caso a greve se concretizasse, as consequências seriam nefastas. O calendário sofreria uma semana de atraso, o campeonato seria interrompido depois da penúltima jornada, quando estão previstos jogos da selecção A, a competição arrastar-se-ia até meados de Junho e o período de férias dos jogadores seria encurtado (uma dezena teria de adiar a data dos seus casamentos, com datas estabelecidas há muito tempo). Todos poderiam recorrer à justiça contra a Liga, exigindo compensações por danos e prejuízos.
A Liga aceitou a sentença, embora criticasse o Governo pela alegada falta de atitude dialogante. Também anunciou o interesse em desbloquear as conversações. «A Espanha é o único país com a obrigação legal de um jogo gratuito em todas as jornadas, o que implica a expropriação dos direitos sem contrapartida financeira», podia ler-se no comunicado emitido.
A Bola