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Governo vende mais dívida em leilão do que esperava

florindo

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O Estado colocou hoje 1.645 milhões de euros na linha de Obrigações do Tesouro com maturidade em Junho de 2012, a uma taxa de juro média de 5,793 por cento, abaixo do mercado secundário, mas acima da última emissão a 1 ano.

De acordo com os dados do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP), disponíveis na Bloomberg, dos 1.500 milhões de euros que o Estado se propunha a colocar, foram colocados 1.645 milhões de euros, para uma oferta de 2.338 milhões de euros (procura foi 1,4 vezes a oferta).

A taxa de corte (última taxa a que o Estado aceitou vender dívida) ficou nos 6,252 por cento.

Com esta operação, a linha de OT com maturidade em Junho de 2012 e um cupão de 5 por cento (juro pago anualmente ao detentor da dívida) passa assim a ter um saldo vivo (montante a amortizar quando atingir a maturidade) de 10.163 milhões de euros.

O leilão de hoje, cuja realização o IGCP anunciou apenas esta quinta-feira ao final da tarde, é realizado para uma linha que contava antes da operação com «procura específica».

A taxa de juro a que foi colocada esta dívida fica abaixo do praticado actualmente no mercado secundário, inclusivamente em prazos inferiores como nos seis meses, em que a taxa negoceia nos 6,187 por cento.

Num comentário a esta emissão de dívida, Filipe Silva, gestor de dívida do Banco Carregosa, lembra que na última emissão de bilhetes de tesouro a um ano, realizada a 16 de Março, a taxa foi de 4,33 por cento, o que demonstra que apesar de ter conseguido colocar divida com juros abaixo do mercado secundário, o Estado continua a pagar cada vez mais pela sua dívida.

«Podemos dizer que foi um sucesso, na medida em que a taxa a que o Estado pediu dinheiro emprestado foi mais baixa do que aquela que, na mesma altura, o mercado estava a oferecer e que ronda os 6 por cento. Ontem [quinta-feira] estava perto dos 6,5 por cento. Mas não deixa de ser uma taxa demasiado elevada para um prazo tão curto, pouco mais de um ano. O montante colocado foi mais elevado do que o proposto, o que significa que o Estado teve ofertas para vender mais capital a uma taxa melhor que a do mercado secundário. O Estado, apesar de tudo, continua a ter investidores a acreditarem no cumprimento da sua dívida», diz o gestor do mercado de dívida do Banco Carregosa.

Com este leilão, Filipe Silva acredita ainda que Portugal «conseguiu comprar tempo», ao colocar dívida a uma taxa inferior à do mercado secundário.

Lusa/ SOL
 
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