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O antigo primeiro-ministro Freitas do Amaral considerou na sexta-feira que o Governo de gestão não é «um palhaço», nem «um boneco», tem de «assegurar a continuidade do Estado até ao Governo seguinte», e pode pedir ajuda externa.
No final do primeiro debate do ciclo Grandes Debates do Regime - iniciativa da Câmara do Porto e que decorreu na sexta-feira - Freitas do Amaral garantiu aos jornalistas que o Governo de gestão poderá pedir ajuda externa para Portugal.
«Juridicamente pode. A Constituição diz que um Governo de gestão pode fazer tudo o que for necessário ao país», explicou, acrescentando que «tudo parece estar a encaminhar-se para nos empurrar para a necessidade de pedir uma ajuda externa».
Segundo o também ex-ministro, «o Governo, através do primeiro-ministro ou mais adequadamente através do ministro das Finanças, mesmo estando em gestão, tem a obrigação de manter os portugueses informados acerca da evolução da situação».
«Eles que nos esclareçam porque nós cidadãos estamos aflitos, vemos o cerco a apertar-se à volta do nosso país. Se o Governo diz que não há razão para sustos, então que nos explique», sublinhou.
Questionado sobre o que decidiria se fosse primeiro-ministro, Freitas do Amaral disse que não sabe porque não tem as informações que teria se fosse ele a decidir.
«Se me pedir uma mera intuição eu dir-lhe-ei que vai ser muito difícil aguentar três meses se esta situação se mantiver. Se os 'ratings' continuarem a baixar e os juros a subir, se continuar nesta cavalgada, estou convencido que, mais semana menos semana, nós vamos mesmo ter que pedir ajuda externa», sustentou.
Para Freitas do Amaral «um Governo de gestão não é um palhaço, não é um boneco» mas sim «um Governo que não pode cumprir o seu programa como se estivesse em plenitude de funções, mas tem que assegurar a continuidade do Estado até entregar ao Governo seguinte».
Lusa/SOL