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Os EUA alteraram a sua postura e defendem agora a deposição do presidente Ali Abdullah Saleh, tendo já encetado negociações com responsáveis iemenitas para uma solução política a curto-prazo.
As negociações prevêem que Ali Abdullah Saleh transfira o poder para um governo provisório liderado pelo seu actual vice-presidente, até à realização de novas eleições no país.
A mudança de postura norte-americana surge num período em que os rumores em torno da abdicação do poder de Ali Abdullah Saleh são cada vez mais notórios.
A administração de Barack Obama, presidente dos EUA, tinha evitado pronunciar-se sobre a onda de protestos que se tem verificado nos últimos dois meses no Iémen.
Ali Abdullah Saleh sempre foi um aliado na luta contra as forças da Al-Qaeda. Os EUA concediam armas às autoridades iemenitas em troca da permissão para realizarem operações militares no país, avança o New York Times.
A nova postura dos EUA é criticada por ser «tardia», e grupos de manifestantes do Iémen reclamam que as posições norte-americanas adoptadas nos casos do Egipto, Tunísia e Líbia não tiveram seguimento no seu país ou no Bahrain.
A possibilidade veiculada nas negociações não é, contudo, do agrado dos grupos de manifestantes que têm liderado a onda de protestos.
Tawakul Karman, líder de um movimento jovem anti-governo, expressou a sua indignação dirigida à apatia de Barack Obama em relação às manifestações no Iémen, aludindo às suas declarações aquando das revoltas no Egipto e na Tunísia.
«Estamos muito, muito zangados porque até agora a América não nos ajudou, ainda por cima com o que o Senhor Obama disse quando Mubarak deixou o poder», sublinhou, acrescentando: «Obama disse que apreciava a coragem e dignidade do povo Tunisino. Mas não disse o mesmo sobre o povo do Iémen».
Hamza Alkamaly, outro líder dos movimentos estudantis, cimentou que «os estudantes perderam a confiança nos EUA», pois esperavam que o país os ajudaria «na sua luta pela liberdade».
Enquanto decorrem as negociações entre os EUA e responsáveis do Iémen, a onda de protestos continua a sofrer a repressão das forças policiais do regime.
Esta segunda-feira, 17 pessoas morreram e pelo menos outras 30 ficaram feridas na sequência de ataques das forças do regime sobre vários manifestantes.
De acordo com a Amnistia Internacional, a repressão dirigida às manifestações dos dois últimos meses causou a morte de 95 pessoas.
À instabilidade popular no Iémen juntou-se uma crise económia, visível através da inflação do preço do bens alimentares e da desvalorização da moeda iemenita, o rial.
SOL