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O socialista Narciso Miranda desafiou hoje José Sócrates a renunciar à recandidatura ao cargo de primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas, uma vez que este disse, há cerca de 15 dias, que não estaria disponível para governar com o FMI.
Depois do anúncio de quinta-feira por parte do primeiro-ministro de que Portugal iria pedir ajuda externa, Narciso Miranda recordou à Agência Lusa algumas declarações de José Sócrates.
«Há pouco mais de 15 dias afirmou, e eu vou citar, 'não estou disponível para governar se o FMI vier a entrar em Portugal', para oito dias depois, reforçar esta tese dizendo: «Este é o momento [estava a referir-se às próximas eleições] dos portugueses escolherem se querem um Governo com o FMI ou sem o FMI», relembrou.
Para o ex-presidente da câmara de Matosinhos, «é legítimo propor ao Eng. José Sócrates para dar um sinal de grande desprendimento do poder, de grande humildade política, renunciando à recandidatura ao cargo de primeiro-ministro».
«Se o fizer, presta um grande serviço ao PS e esta decisão é, do meu ponto de vista, patriótica e em consequência disso merecerá uma grande homenagem, em que eu obviamente participarei com muito gosto», garantiu.
Para o socialista «há aqui uma questão que já não é só política mas que para além disso é uma questão de carácter», acrescentando que «é um grande desafio» que faz a José Sócrates.
«Se ele fizer isso vai abrir caminho para que, seja qual for o resultado das eleições, se concretize um grande objectivo que é o de se criar um Governo com uma ampla maioria, forte, credível, que diga a verdade, que deixe de enganar os portugueses para resolver esta grande alhada para que nos conduziram nos últimos dois, três anos e que se agravou perante esta enorme teimosia do primeiro-ministro por não ter tomado a decisão mais cedo», criticou.
Lusa/SOL