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Islândia: Pagamento da dívida divide Islândia

florindo

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Um jornalista islandês considerou hoje que a população está dividida entre se o Estado deve, ou não, pagar a dívida à Holanda e Reino Unido, prevendo que o referendo de sábado seja «bastante renhido».

Bjarni Brynjólfsson, redactor principal da maior revista em língua inglesa na Islândia (IcelandReview), falava à Agência Lusa antes da consulta popular que este sábado decide se o Estado islandês deve ou não pagar essa dívida aos credores externos.

A Holanda e o Reino Unido indemnizaram milhares de depositantes lesados pela falência do banco islandês IceSave, em 2008.

Esta é a segunda vez que os islandeses são chamados a decidir se querem ou não que dos seus bolsos saia uma parte significativa do valor total das indemnizações que o governo da Islândia se comprometeu a pagar a Londres e Haia.

O IceSave foi uma das instituições financeiras que faliram na sequência da crise económica e financeira mundial que atingiu com especial dureza a Islândia, com cerca de 320 mil habitantes, provocando a queda da moeda e da economia do país.

Na primeira consulta popular de 2010, que decorreu numa altura em que a «economia estava em ruínas», a esmagadora maioria dos islandeses (mais de 93 por cento) rejeitou «contrair uma dívida que deixaria a população de mãos atadas durante décadas», lembrou Brynjólfsson.

«Votámos contra não por achar que não devíamos pagar essa indemnizações - que são mais do que justas - mas porque não queríamos hipotecar o nosso futuro ao contrair uma dívida que nos teria levado décadas a pagar», explicou.

Mas no referendo de sábado - convocado pelo Presidente da Islândia, Olafur Grimsson, que rejeitou a nova lei IceSave aprovada pela parlamento - o «resultado pode ser bem diferente», considerou o jornalista, salientando que o actual acordo é «mais favorável e acontece numa situação diferente».

«Este referendo vai ser muito apertado, vai ser ela por ela. A nação está dividida. A última sondagem dá conta que o 'não' deverá ganhar com 53 por cento, mas outras dão a vitória ao 'sim'», adiantou.

Brynjólfsson disse que o «presente acordo é muito melhor do que o antigo já que as taxas de juros são bastante mais baixas e porque a parte que os contribuintes vão pagar é muito inferior ao que estava estipulado no acordo de 2010, que comportava muitos riscos».

«Muitos deverão votar a favor porque acham que este acordo é justo. E também porque querem encerrar um assunto que se arrasta há anos. Estão fartos e querem seguir em frente», vincou.

Por outro lado, «há muitas pessoas que simplesmente vão votar não» porque «continuam a defender que não deve ser o povo islandês a ter de pagar as dívidas de um banco privado».

Outros «ainda estão a avaliar a situação», afirmou Brynjólfsson, que antecipou um «resultado muito renhido».

Brynjólfsson disse ainda que «apesar de não ser a questão principal», muitos islandeses deverão votar a favor para não comprometerem a aproximação do país União Europeia, lembrando que o 'não' de 2010 causou fortes tensões políticas «com um dos grandes», o Reino Unido.

«Os sociais-democratas [maioria na coligação do governo] estão a fazer essa ligação porque temem que uma nova rejeição possa dificultar a adesão», precisou.

Lusa/SOL

 
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