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Espanha: 5 mil espanhós 'à rasca' protestaram pelas ruas de Madrid

florindo

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Out 11, 2006
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Cerca de 5 mil pessoas marcharam nas ruas de Madrid, segundo a organização da Juventude Sem Futuro.
A Juventude Sem Futuro espanhola seguiu o exemplo português e saiu à rua. Se as críticas dos protestos ecoaram nos mesmos tons, o número de manifestantes foi largamente inferior: foram apenas 5 mil as pessoas que marcharam nas ruas de Madrid.

Milhares de jovens manifestaram-se no centro da capital espanhola em protesto contra a precariedade e contra uma «crise económica que não é a sua», exigindo um «emprego digno».

Se em Lisboa a tarja que definiu os manifestantes como Desemprecários se destacou, o enfoque da concentração junto à Praça Antón Martín, em Madrid, situava-se na faixa «Sem casa, sem curral. Sem pensão, sem medo», destaca o diário El País.

«A juventude mais preparada da história de Espanha vai viver pior que os seus pais». O protesto central defendido pela organização por detrás da Juventude Sem Futuro reflectia uma das realidades que pairam actualmente sobre o país: a taxa de desemprego na classe jovem espanhola ronda os 40 por cento, denota o jornal ABC.

O ritmo das mais de duas horas de marcha até à Praça Rainha Sofia pautou-se ao som dos cânticos entoados quase em uníssono pelos manifestantes.

Entre os protestos mais sérios e coadunados aos problemas do país, surgiam outros gritos que se enquadravam mais no ambiente festivo que rodeava a manifestação. «Queremos un pisito como el de principito» - Queremos um piso como o do príncipe Felipe, cantaram os manifestantes.

As vozes do protesto e o final violento

Nem todas as vozes que entoaram o coro de protestos eram de jovens espanhóis. Em paralelo ao exemplo português, em Madrid estiveram pessoas de todas as faixas etárias, como demonstrou o El Mundo.

Alberto Bataña, poeta e guarda-nocturno, reclama aos 37 anos que «vive num ateliê sem quaisquer luxos», e adverte que «hoje em dia os jovens têm que se habituar a ficar em casa e a viver com outras pessoas».

Pior parece estar Mercedes Murillo, bibliotecária cuja reclamação ajuda a retratar a 'juventude' sem futuro que se manifestou na quinta-feira: «Tenho um contrato por objectivos e um salário muito baixo. Nem consigo alugar uma casa».

O ponto divergente com a manifestação dos 300 mil lisboetas da Geração à Rasca surgiu já na fase final dos protestos.

Cerca 300 pessoas nas ruas madrilenas atingiram o limite, ao causarem desacatos no fim da manifestação que obrigaram à intervenção das autoridades policiais.

O grupo de manifestantes bloqueou várias ruas do centro de Madrid, impedindo com grades de obras públicas a circulação de automóveis, levando à detenção de 13 pessoas, uma delas menor de idade.

A par das detenções, os protestos decorreram em mote semelhante à manifestação portuguesa de 12 de Março: de forma ordeira, divertida, unida e, sobretudo, indignada.

A Juventude Sem Futuro aguarda agora pelas repercussões do seu protesto. Os jovens espanhóis não auguram, certamente, o mesmo resultado pós-manifestação que se vai abater sobre Portugal: a entrada do FMI.

SOL
 
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