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FIV: A SIDA dos Gatos

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Fev 29, 2008
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Passados 22 anos da descoberta do vírus responsável pela SIDA dos gatos, o European Advisory Board on Cat Diseases (ABCD) publicou as primeiras directrizes europeias acerca desta doença viral.

Entre as recomendações, a instituição adverte que os gatos não devem ser eutanasiados devido apenas à contracção do vírus. Segundo o ABCD, o isolamento, as visitas regulares ao veterinário e o tratamento associado a medicamentos antivirais são a forma mais eficaz de lidar com a situação.

O Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) é uma das doenças mais mortais nos gatos. Afecta exclusivamente os felinos, ou seja não é transmitida aos humanos ou outros animais de estimação, mas actua de forma idêntica à estirpe humana, o HIV. Talvez devido ao desconhecimento da doença e à carga negativa que carrega, são numerosos os abandonos de gatos depois de um diagnóstico positivo. Na verdade, os gatos infectados podem partilhar a casa com os donos durante anos, até que os primeiros sintomas se façam notar.

A forma mais comum de transmissão do vírus é através de dentadas, em que a saliva entra em contacto com o sangue. Ainda em estudo está a possibilidade de transmissão através do contacto sexual, embora durante o mesmo aja frequentemente dentadas do macho na fêmea, aumentando o risco de transmissão. As mães infectados podem transmitir a doença aos filhos, mas a transmissão depende da carga viral da mãe durante a gravidez.

O FIV desenvolve-se por fases e durante grande parte do tempo, o gato não manifesta sintomas de qualquer infecção. Numa primeira fase, o gato pode manifestar febre sem razão aparente, mas pode também não evidenciar qualquer sintoma. Numa segunda fase, o número de linfócitos começa a diminuir, mas o gato permanece assintomático. Os gatos aparentam assim estar saudáveis. Nestes estados, podem contudo transmitir a doença a outros felinos. A terceira fase está associada ao aparecimento dos primeiros sintomas, em que o gato pode perder peso e alterar o seu padrão de comportamentos. Geralmente a primeira fase manifesta-se alguns meses após a infecção e dura sensivelmente dois meses. As outras fazes podem durar meses ou anos.

Na quarta fase os sintomas começam então a manifestar-se de forma mais recorrente. Com a destruição das células de defesa, os gatos ficam vulneráveis perante os vírus, incluindo os mais fracos, tais como os responsáveis por uma simples constipação. Os sintomas do FIV começam então a manifestar-se através da ocorrência frequente de infecções, algumas até pouco usuais, que em estado saudável seriam facilmente combatidas pelo gato: gengivites, estomatites, otites, infecções respiratórias, etc.

A última fase corresponde ao Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. Com o sistema imunitário arrasado, o gato tem já pouco tempo de vida, apenas alguns meses. Mas os avanços médicos vão permitindo cada vez mais a extensão deste prazo. Fulminante parece ser a combinação de FIV e FeLV (leucemia felina).

O FIV afecta gatos de todas as idades, mas os estudos realizados neste campo indicam que a doença manifesta-se geralmente em animais com idade superior a cinco anos, com tendência a surgir cada vez mais tarde na vida do gato.

Diagnóstico

O teste a este vírus é feito através da análise do sangue. A existência de anticorpos específicos faz com que o teste dê positivo a FIV, mas podem ocorrer falsos positivos ou falsos negativos e os testes feitos nas clínicas devem ser sempre repetidos em laboratório. Gatos até aos seis meses podem ter estes anticorpos provenientes do leite materno da mãe, do qual literalmente bebem a protecção contra as doenças. Gatos em fase terminal podem originar falsos negativos devido à inexistência de anticorpos.

Tratamento

A ABCD recomenda o isolamento dos gatos de outros felinos. Não só porque os gatos infectados podem transmitir a doença aos gatos saudáveis, mas porque os gatos com FIV devem estar o mais protegidos de outros vírus que possam constituir infecções secundárias. Este isolamento não se aplica contudo aos donos que não correm qualquer perigo por estarem em contacto com o gato. O isolamento dos donos pode contribuir para o aparecimento de stress ou depressão que acelera o avanço da doença.

O veterinário deve acompanhar o caso e prescrever o tratamento adequado, que não é uma cura. A solução passa por tratar as doenças oportunistas e estimular o sistema imunitário do animal. A ABCD aconselha alguma ponderação na utilização de antivirais, mas afirma que existem alguns com efeitos positivos.

O gato deve ser vigiado pelo dono e seguido de perto pelo veterinário através de consultas semestrais. A ABCD recomenda a monitorização do peso e testes laboratoriais periódicos. Qualquer pequeno sintoma pode tornar-se numa doença grave, por isso é importante estar atento.

Em 2002 foi lançada nos Estados Unidos uma vacina para combater o FIV, mas tem-se gerado muito polémica acerca desta forma de prevenção. Por um lado, a eficácia da vacina não é total, uma vez que foi trabalhada com base em duas clades A e D. Em Portugal, segundo a ABCD, o subtipo mais comum é o B. Por outro lado, os gatos passam a acusar sempre positivo a FIV, ficando sem se saber se o resultado se deve à administração da vacina ou à presença da doença. O ABCD não recomenda a utilização da vacina na Europa, uma vez que a vacina ainda não foi testada tendo em conta a situação específica desta região.

Prevenção

Como a FIV está associada a lutas entre gatos, onde são trocadas dentadas e abertas feridas, a castração do animal reduz o risco de contágio, segundo a mesma instituição. A castração atenua também a vontade de os gatos irem ter com fêmeas em cio e por isso o gato terá menos vontade de ir ao exterior. Caso consiga fugir de casa, como está castrado, as hipóteses de enfrentar gatos vadios são menores. A castração é aconselhada pela ABCD tanto para gatos infectados como para gatos saudáveis.

Para além disso, se já tiver gatos em casa não introduza outros sem antes os levar ao veterinário e despistar esta e outras doenças. Faça também os testes ao seu gato para que não seja este a transmitir alguma doença ao novo inquilino.

O vírus é pouco resistente se não estiver alojado num hospedeiro e por isso não são precisos cuidados especiais em relação aos objectos. Lavar os pratos de comida e água, tal como faz com os outros gatos servem para matar o vírus que tenha sido transferido.

Fonte: arcadenoe
 
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