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O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou esta segunda-feira o primeiro-ministro de ter apresentado a sua demissão ao Presidente da República "quando sabia que não tinha dinheiro" para pagar os compromissos do Estado português.
Em entrevista à TVI, Pedro Passos Coelho recusou que tenha sido o chumbo do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) pela oposição no Parlamento a abrir "as portas à entrada do FMI e do fundo europeu em Portugal".
"Eu estou convencido hoje, com aquilo que sei e com aquilo que vi, que o primeiro-ministro apresentou a demissão ao Presidente da República quando sabia que não tinha dinheiro, que tinha deixado o Estado sem dinheiro para pagar os seus compromissos internacionais e preferiu que viessem outros resolver esse problema", declarou o presidente do PSD.
Pedro Passos Coelho disse estar estar convencido de que José Sócrates "apresentou a demissão quando percebeu que a sua estratégia de ocultação tinha terminado, que o país inteiro e os nossos parceiros tinham percebido que a estratégia que estava delineada não seria bem sucedida e que era melhor vitimizar-se culpando disso a oposição".
"E esse é o espectáculo que tem sido oferecido ao país", acrescentou.
O presidente do PSD afirmou também que pretende formar um Governo abrangente "com outras forças políticas, quer com o CDS, quer eventualmente com o PS", mas sem o actual primeiro-ministro, José Sócrates.
"O PSD tem condições para poder, com outras forças políticas, quer com o CDS, quer eventualmente com o PS, construir novas pontes de futuro. Mas não é possível construir uma alternativa de futuro com quem falhou a estratégia para Portugal como esta foi falhada pelo engenheiro Sócrates. Portanto, isso para mim é claro", considerou Pedro Passos Coelho, em entrevista à TVI.
Passos rejeitou que estivesse a sugerir uma mudança de liderança no PS: "Não, isso é com o PS".
No entanto, acrescentou que, "enquanto que o PSD se apresenta a eleições com alguém que ainda pode ter algum crédito para gastar, o PS entendeu, dentro da sua liberdade, apresentar-se a eleições com alguém que não tem nada para oferecer ao país no futuro".
"Hoje, o actual primeiro-ministro não tem capacidade de diálogo à esquerda, à direita, com os parceiros sociais ou com quem quer que seja. Persistir na ideia de que ele pudesse, de algum modo, fazer o oposto do que fez até hoje e liderar um Governo abrangente em Portugal é a mesma coisa que pedir a um não crente que se consiga converter", sustentou.
Jornal de Notícias