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Yuran: a besta, o tronco, o torpedo, a bala de canhão, o que se quiser dizer e recordar deste mediático e assombroso atacante, campeão pelo Benfica e pelo FC Porto, um russo nascido na Ucrânia que, na década de 90, com Kulkov, protagonizou efervescente transferência no sentido Luz/Antas e, agora, espera «sinceramente» ver uma final da Liga Europa juntando os seus dois grandes amores portugueses.
Yuran, que abraçou a carreira de treinador (Rússia, Cazaquistão e Rússia de novo, agora no Nizhny Novgorod, da II divisão) não poderá assistir ao jogo por compromissos inadiáveis em Londres, mas traça o destino ao Spartak: «A brutalidade do resultado da primeira mão derrubou-os. Não podem fazer muito mais, o FC Porto vai passar tranquilamente e até deve ganhar em Moscovo», diz a A BOLA um homem muito tranquilo (como jogador era um poste de alta tensão), que uma lesão, aos 31 anos, no Sturm Graz, da Áustria, roubou cedo de mais ao futebol.
«O ambiente no Spartak não é o melhor, basta ver o que Karpin disse [ndr: o próprio técnico assumiu que, enquanto adepto, depois dos 5-1 no Porto só iria ao estádio para atirar tomates e ovos podres aos jogadores e técnicos]. O último empate em casa ainda agravou mais a situação, não há nada a fazer a não ser salvar a face», discorreu Yuran, nada crente em milagres desta dimensão «porque o FC Porto é muito forte e o ambiente no Spartak não é o melhor, ou está mesmo muito longe de ser o melhor...», revela.
Neste pobre quadro circunstancial do Spartak, falar com Yuran é, antes de tudo, ir ao sótão das grandes memórias. Sim, já passaram quase vinte anos, mas parece que foi ontem e... Yuran ainda vê muitos jogos do campeonato português, «os que vou apanhando nos canais de televisão».
E essa ligação há-de ficar, garante Yuran, com frontalidade: «O meu coração é um pouco mais azul do que vermelho, apesar de ter passado mais tempo na Luz. Mas são emoções cruas, é mesmo assim, e espero sinceramente uma final europeia entre Porto e Benfica, os meus queridos clubes portugueses», diz, com a expressividade que ficou na memória desses tempos loucos...
A Bola