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Sexo, obessão e morte na história da modelo que se atirou do 15.º andar no Parque

florindo

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Jennifer vivia obcecada pela moda e pelo namorado, Miguel Alves da Silva. Na noite de 7 de Abril, o casal entrou no edifício da Torre São Gabriel ? na companhia de uma outra mulher ? e, momentos depois, envolveu-se numa acesa discussão, motivada pelos ciúmes da manequim de 17 anos.

O empresário, de 31, terminou a relação e Jennifer entrou em desespero e suicidou-se. É esta, neste momento, a convicção das autoridades, adiantaram ao SOL fontes policiais.

A obsessão da jovem brasileira foi, de resto, confirmada por Miguel Alves da Silva. «Ela não digeriu bem a quebra da relação» - disse ao SOL, sublinhando que a autópsia, realizada na segunda-feira, já provou que a morte foi provocada pela queda do 15.º andar da torre. «Não houve homicídio», garante.

PJ investiga consumo de droga

Apesar de a Polícia acreditar que a jovem pôs termo à vida e que a carta de despedida encontrada no apartamento do Parque das Nações, na Expo, foi escrita por Jennifer, ainda não fechou a investigação.

Os inspectores analisam agora possíveis consumos de droga e passam à lupa o passado de ambos e a história do relacionamento.

A família de Jennifer, que já foi ouvida pela Polícia Judiciária (PJ), recusa, porém, a tese do suicídio, alegando que a vítima era feliz e andava entusiasmada com a carreira.

A mãe terá admitido, no entanto, à PJ que tinha conhecimento de que o relacionamento da filha com o empresário português era conturbado e violento.

Várias ex-namoradas acusam-no, aliás, de violência doméstica.

Certo é que Miguel e Jennifer tinham uma relação aberta. Viviam juntos há pouco mais de um ano, mas ele tinha affairs com outras mulheres. Ela, por seu lado, aceitava a situação.

O estilo de vida que a jovem mantinha era, de resto, sustentado, em grande parte, pelo namorado.

Costumavam gastar fortunas na noite, em festas, discotecas e desfiles. Eram presença assídua na discoteca Lux e no Alcântara-café, em Lisboa, e também no Pop, no Porto.

E Miguel já se tinha queixado aos amigos mais próximos da dependência da jovem, garantindo que estava mesmo obcecada por ele.

Recusou sair do apartamento

Na noite da tragédia, depois de uma discussão, Miguel decidiu terminar de vez e garantiu a Jennifer que o namoro não tinha volta. Ela recusou sair do apartamento de luxo na Torre São Gabriel.

Peremptório, ele deixou-a ficar, mas na condição de dormir no quarto de visitas ou na sala. Miguel foi dormir e, de manhã, quando acordou, percebeu que a ex-namorada tinha caído do 15.º andar.

Telefonou quatro horas depois a Solange Viturino, mãe da vítima, a quem deu a notícia. Mas a família rejeitou desde logo a possibilidade de a filha se ter suicidado.

Na carta de despedida, que o laboratório da Polícia Científica está agora a analisar, Jennifer pedia desculpa à mãe por a relação com Miguel não ter dado certo. E dizia-se saturada da violência física de que era vítima por parte do companheiro.

O pai de Jennifer, Girley Viturino, vai mais longe e disse mesmo à comunicação social que suspeita de que a filha foi empurrada por alguém para cair da janela do apartamento de luxo, onde naquela noite Jennifer e Miguel estavam acompanhados de uma outra mulher.

Ela gostava mesmo dele

Jennifer chegou a Portugal há quatro anos, juntando-se à mãe, que já estava instalada no país, sobrevivendo como empregada de balcão. Vivia ainda com outro irmão e o padrasto. Nessa altura, começou a namorar com um brasileiro da sua idade, com quem rompeu quando conheceu Miguel, depois de entrar no mundo da moda. Mundo este que a fascinava e que conheceu pela mão de Helga Barroso no Belas e Perigosas , um concurso lançado pelo antigo jornal 24 Horas para revelar jovens modelos, em 2009.

«Era uma miúda profissional, bonita e com uma alegria de viver típica das mulheres brasileiras», diz Helga, sublinhando que a contratava como «hospedeira» para animar vários eventos.

Nesse mesmo ano, Jennifer foi agenciada pela Just Models, fundada por Elsa Gervásio e José Moutinho.

Foi nos bastidores do mundo da moda que conheceu a sua melhor amiga, Inês (nome fictício), de quem se tornou próxima por serem as duas imigrantes. Inês garante que Jennifer não estava com Miguel por dinheiro. «Ela gostava mesmo dele», diz, estranhando a tese de suicídio. «Estava sempre muito alegre e bem-disposta», conta, lembrando que quando encontrava o casal na noite, os dois pareciam muitos felizes.

Inês lembra ainda que Jennifer estava sempre rodeada de pretendentes: «Era linda». O sonho da modelo, segundo confessou a alguns amigos, era ser a nova Gisele Bündchen. «Ela sabia muito bem o que queria», conclui a melhor amiga.

Já Miguel é descrito pelos amigos como um bon vivant, apreciador de roupas de marcas, de viagens e de mulheres bonitas.

Filho de um empresário do ramo da aviação, recebeu há alguns anos uma herança pela morte repentina do pai. Desde então, assumiu a gestão dos negócios da família.

Maus tratos podem levar ao suicídio

António Teixeira, antigo inspector da secção dos Homicídios da Polícia Judiciária, explica que casos como o de Jennifer, a confirmar-se a linha de investigação seguida pelas autoridades, não são incomuns: «O salto para o vazio é um dos métodos utilizados para pôr fim à vida, tanto entre _homens como entre _mulheres».

Além disso, alerta Teixeira, mesmo que fique provado que a jovem modelo saltou, «não significa que não existiu crime» no Parque das Nações.

Miguel Alves da Silva pode ainda ser indiciado pelo crime de violência doméstica, a confirmarem-se os maus tratos físicos a Jennifer: «É fundamental determinar se os hematomas descobertos no corpo são resultantes da queda ou prévios».

Os maus tratos, explica o ex-inspector, «podem levar alguém ao suicídio». Por isso, deslindar as circunstâncias em que tudo aconteceu é fundamental. «Há sempre um móbil, seja para o homicídio, seja para o suicídio».

O caso de Jennifer é, aliás, muito semelhante a um suicídio ocorrido há cerca de dois anos, nas Torres Gemini, em Entrecampos, Lisboa. Uma brasileira que trabalhava no bar Nigth and Day, com pouco mais de 20 anos, atirou-se da janela de um apartamento, encontrando-se o namorado noutra divisão. Os investigadores concluíram que a garota de programa se suicidou por motivos passionais.

Motivos estes que segundo os especialistas contactados pelo SOL, estão na origem de muitos dos casos de suicídios de adolescentes verificados no país (ver texto ao lado).

Diferente é a forma que a maioria das mulheres encontra para acabar com vida: «As mulheres utilizam geralmente métodos menos violentos, como a intoxicação medicamentosa», explica Braz Saraiva, psiquiatra e responsável pela consulta de prevenção de suicídio dos hospitais da Universidade de Coimbra, recusando comentar o caso particular por não saber os contornos.

SOL
 
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